OPERAÇÃO IMPERADOR Testemunhas de defesa depõem segunda

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Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas pela juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, no processo penal fruto da Operação Imperador que tem o ex-deputado José Riva (PSD) como réu, sob acusação de ser o mentor de um suposto esquema de fraude de R$ 62 milhões em licitações envolvendo empresas fornecedoras de materiais de expediente e artigos de informática para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). A partir desta sexta (24), as testemunhas de defesa irão depor.

O primeiro a ser ouvido foi o tenente-coronel da Polícia Militar Evandro Ferraz Lesco. Ele trabalhou junto ao Grupo Especial de Atuação Contra o Crime Organizado (Gaeco) por oito anos e participou de investigações que tinham da ALMT como foco.

Evandro foi o responsável pelos registro fotográficos de supostos saques bancários realizados pelo Jean Carlos Leite Nassarden. Hoje ele trabalha como segurança do governador do Estado, Pedro Taques (PDT).
Arlindo Santos Macedo, sargento da Polícia Militar, lotado no Gaeco desde 2002, é o segundo a prestar depoimento. Ele atuou nesse trabalho de investigação das empresas contratadas pela ALMT.

Macedo atuava em diligências, no monitoramento dos responsáveis pelas empresas. O sargento afirmou em depoimento que dois casos, as empresas pareciam ser de fachada, uma no Jardim Glória e outra na Cohab Jardim Primavera.

O terceiro a ser ouvido é o empresário Wilson da Silva Oliveira, dono da papelaria Grafitte. O depoente afirmou que conhecia Elias Abraão. Ele também confirmou ter vencido vários editais para fornecer materiais para a ALMT. Questionado sobre a existência de irregularidades nos editas de licitação da Casa, o depoente afirmou que desconhece qualquer erro.

O último a ser interrogado foi Augusto César Menezes e Silva, dono da papelaria Uze. A empresa de Augusto venceu licitações da Assembleia Legislativa entre os anos de 2005 e 2010.

Conforme o promotor de Justiça e coordenador do Gaeco Marco Aurélio Castro após os depoimentos recolhidos fica claro afirmar que a versão do Ministério Público tem embasamento e fartas provas.

“Não se trata de um crime de furto simples, um roubo de celular, se trata de desvio de mais de R$ 40 milhões da Assembleia Legislativa […] Não esperamos do réu, em especial de quem se trata, que venha confessar tais delitos”, disse.

O promotor diz ainda que, não tem como afirmar que nenhum contrato da ALMT com gráficas eram executados, porém as empresas que tinham licitação com a Casa não teria tamanha capacidade de prestar tais serviços.

“A ALMT precisava ter vida, precisava expedir documento, então alguma coisa tinha que ser feita senão haveria denúncia da própria estrutura da Casa. A Assembleia fazia a contratação de alguns segmentos do setor de papelaria da cidade, que de fato existiam, entregam o material que dava vida, que dava giro na Assembleia, mas esses 70 milhões de envelopes que não foram entregues seria uma quantidade que daria para subsidiar quase que o Brasil todo”.

Na audiência de quarta-feira (22), um dos advogados de defesa do ex-deputado, Rodrigo Bittencout Mudrovitsch destacou que existe uma dificuldade do Ministério Público em provar suas alegações. “O Ministério não conseguiu comprovar que teve desvio, não conseguiu provar que os materiais não foram entregues, não conseguiu provar que o ex-deputado José Riva teve envolvimento nos fatos”, disse.

Sobre o depoimento de Mendonça, qual ele alega que fez vários empréstimos a Riva, Rodrigo garante que isso já está sendo discutido nos autos da Operação Ararath. “Eu não quero crer que aqui vai ser uma reprise da Ararath, pois isso está sendo discutido no Supremo Tribunal Federal”.

Na sexta-feira (24) serão ouvidas nove testemunhas de defesa. O ex-governador do Estado Silval Barbosa (PMDB), que iria depor na próxima segunda (27), foi liberado do interrogatório. Atendendo um pedido formulado pela defesa, a juíza substituiu o peemedebista pelo o ex-secretário geral do Legislativo, Luiz Márcio Pommot.

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