ONG alerta para aumento de violações dos direitos de migrantes na América Latina

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A pandemia do novo coronavírus exacerbou a violação dos direitos humanos de migrantes na América Latina, em especial de meninas da Venezuela e da América Central que estão bloqueadas em vários países, alertou a organização humanitária Plan Internacional nesta segunda-feira (3).

“Os impactos socioeconômicos, as restrições de circulação e o fechamento de fronteiras, como consequência da pandemia de COVID-19, agravaram a violação dos direitos da população migrante, principalmente meninas e adolescentes”, advertiu a ONG, que tem sede regional no Panamá.

Segundo a organização, a situação é especialmente dramática para os venezuelanos situados em Brasil, Colômbia, Equador e Peru e para a população de Honduras, Guatemala e El Salvador que emigra para o México e os Estados Unidos. A Plan Internacional classifica as condições dos venezuelanos e centro-americanos como “duas das piores crises migratórias do mundo”. 

“Embora as condições dos dois fluxos migratórios sejam diferentes, em ambos os contextos as circunstâncias representam um risco de violência contra crianças”, afirmou Nicolás Rodríguez, gerente regional de gerenciamento de riscos de desastres da ONG. Ele disse que há muitos casos de menores desacompanhados que migram em busca de reagrupamento familiar.

Na segunda-feira, a América Latina e o Caribe somavam mais de 200 mil mortes e 3,2 milhões de infectados pelo novo coronavírus. A situação levou muitos países a adotarem políticas migratórias restritivas, o que impediu que os migrantes se regularizassem.

Esse cenário, de acordo com a Plan Internacional, causou uma piora das condições de vida dessas pessoas, que se viram com mais dificuldades para acessarem serviços básicos de saúde, educação e emprego, e para se defenderem de atos violentos.

“Os migrantes ficaram presos, sem meios de subsistência e sem acesso a serviços básicos”, apontou Rodríguez. Portanto, ele considera urgente facilitar corredores humanitários para protegê-los e permitir seu trânsito.

A organização ressaltou que a situação é ainda pior para meninas e adolescentes. “Elas são particularmente vulneráveis”, pois estão “mais propensas” à exploração sexual sem que a condição de vítima seja reconhecida, devido a suas dificuldades em denunciar os eventos, disse a gerente regional de programas de influência da ONG, Amalia Alarcón. 

jjr/mas/gm/ic/mvv

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