O Santos ganhou o tricampeonato paulista.
E ainda se poupou hoje no Morumbi.
Guardou energia preciosa para a revanche contra o Bolívar pela Libertadores.
Nunca foi tão fácil ser campeão de São Paulo.
Diante da fragilidade do Guarani, os jogadores se seguraram.
Não forçaram.
Atletas são muito intuitivos.
Sabiam que não corriam riscos.
O Santos venceu fácil por 3 a 0…
E garantiu o sonhado primeiro tricampeonato paulista após Pelé.
Os talentos de Ganso e Neymar decidiram a final.
A partida do próximo domingo será um mero amistoso sem maior expectativa.
Vadão e seu bravo time sabem que chegaram ao limite.
Foi uma decisão sem emoção.
A manobra da FPF em levar os dois jogos para o Morumbi foi um tiro no pé.
Só deixou tudo ainda mais fácil para o favorito.
Se o primeiro jogo fosse no Brinco da Princesa…
O Guarani poderia mostrar mais resistência, pelo menos.
Mas na neutralidade da casa do São Paulo, se mostrou uma presa fácil.
No etapa inicial, o time deu a falsa impressão de que não se dobraria tão fácil.
Vadão, muito bom estrategista, travou o toque de bola santista.
Superpopulou o meio de campo.
Viu seu time roubar bolas importantes.
Mas estava sem o cérebro de Fumagalli.
E os pulmões de Oziel.
A estratégia estava dando certo também pela fraca atuação de Paulo Henrique Ganso nos primeiros 45 minutos.
Estava acomodado na intermediária.
O time campineiro só tinha uma esperança.
Fabinho pela ponta esquerda, em cima do improvisado Henrique.
Mas Muricy colocou Adriano para antecipar os previsíveis lançamentos ao ataque pelo seu lado direito.
Deu mais do que certo.
No primeiro tempo, o Santos não pôde impor o seu toque curto de bola.
Em compensação, o Guarani também não se beneficiava dos lançamentos longos, como gosta de atuar.
Lance real de perigo só tinha acontecido ao dois minutos.
Depois de Neymar driblar quatro jogadores, foi derrubado.
Elano cobrou e mandou a bola no travessão.
O Santos visivelmente cadenciava a partida.
Não queria correr, se desgastar.
E facilitava a marcação campineira.
Tudo ia dentro do previsível, até modorrento, quando a bola sobrou na entrada da área para Ganso.
Com talento, ele bateu colocado, tirando a bola do alcance de Emerson.
O Santos fazia 1 a 0, em ritmo de coletivo.
No segundo tempo, tudo ficou ainda mais fácil.
O Guarani se abriu tentando empatar o jogo.
Logo no primeiro minuto, Bruno Recife acertou um ótimo chute…
Aranha fez grande defesa e espalmou a bola para a trave.
O lance foi a maldição campineira.
Empolgados os jogadores de Vadão se adiantaram buscando o empate.
Foi quando sobrou espaço para Neymar.
Ganso, que ouviu uns gritos de Muricy para acordar, voltou bem melhor.
E os dois acabaram com o longo e monótono Campeonato Paulista.
Aos 20 minutos, Juan descobriu Ganso livre na grande área campineira.
Ele tentou driblar Emerson, mas o goleiro tocou na bola.
Ingrata, ela procurou Neymar, que só tocou para as redes.
Com vinte minutos, o Santos fazia 2 a 0.
Os dois times sabiam que tudo havia terminado.
Mas tinham de cumprir o seu papel.
Vadão adiantou ainda mais o Guarani.
Precisava conseguir ao menos um gol para deixar viva a esperança de título.
E o previsível aconteceu.
Tomou o terceiro.
Ibson fez espetacular lançamento para Neymar.
Ele dominou a bola no peito, invadiu a área e fez 3 a 0.
Foi o seu 104º gol com a camisa santista.
O Campeonato Paulista tem o seu tricampeão.
Para desespero da Globo, o jogo do próximo domingo perdeu o interesse.
Acabou a decisão paulista.
Não há como a equipe campineira tirar os três gols de vantagem do Santos.
O time de Muricy não tem nada a ver com a fórmula do torneio.
Fez o que deveria fazer.
Ganhou o seu sonhando tricampeonato se poupando.
Neymar já é um dos maiores artilheiro da história santista pós-Pelé.
Tem 104 gols como Serginho Chulapa e João Paulo.