Silvana Bazani/ A Gazeta
A quantidade de títulos protestados de consumidores e empresas em Mato Grosso aumentou 18,3%, entre janeiro e setembro deste ano, sobre igual intervalo de 2013. No último ano, o índice médio havia subido 3,7% pela mesma base comparativa, em relação a 2012. A piora no cenário de inadimplência foi notada principalmente no segmento pessoa jurídica, segundo levantamento da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).
Enquanto no acumulado dos 9 primeiros meses deste ano a taxa de títulos protestados de empresas subiu 22% no confronto com 2013, no ano passado não ultrapassou 3% em relação a 2012.
No segmento pessoa física a inadimplência também disparou, mas foi menor do que no ramo empresarial. Os títulos protestados para as pessoas físicas aumentaram 13,4%, de janeiro a setembro deste ano em relação ao mesmo intervalo de 2013, quando a variação ficou positiva em 4,6% sobre 2012. Em todo o país, o volume de títulos protestados aumentou 10,3% no acumulado deste ano, sobre o mesmo período do ano passado. Na separação entre protestos de pessoa jurídica e de pessoa física, houve crescimento de 9,6% e 11,6%, respectivamente.
As variações macroeconômicas, como a elevação dos juros, menor crescimento da renda e da atividade econômica, pesaram no crescimento da inadimplência no ano atual, observa o economista da Boa Vista, Flávio Calife. “Os títulos protestados representam uma parcela menor da inadimplência, mas no ano passado os índices nacionais ficaram próximos de zero”.
O diretor da Federação das Associações Comerciais de Mato Grosso (Facmat), Manuel Gomes, acrescenta que a diminuição do consumo pelas famílias este ano, influenciada pelos fatores citados anteriormente, afetaram a liquidez das empresas. “Sendo assim, muitos empresários não conseguiram cumprir com seus compromissos dentro do prazo”.
Valor dos débitos – Em 2014, o valor médio dos títulos protestados por pessoas físicas e jurídicas alcançou R$ 3,838 mil em Mato Grosso, no período de janeiro a setembro. No mesmo intervalo do ano passado, os débitos atingiram a média de R$ 2,857 mil. Para as pessoas físicas, o valor médio de R$ 3,163 mil registrado em setembro de 2013 subiu para R$ 3,351 mil no mês passado. No segmento pessoa jurídica, o valor médio dos títulos protestados passou de R$ 2,615 mil no ano passado para R$ 4,167 mil atualmente.