“Ninguém vai tirar a abertura da Copa daqui”, garante Andrés Sanchez

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“A abertura da Copa não sai daqui de jeito nenhum.”

Essa foi a promessa feita por Andrés Sanchez.

Ele falou ontem aos seus amigos mais próximos e antigos.

De acordo com a análise do dirigente muita gente tenta se aproveitar do acidente.

E da morte de dois funcionários no Itaquerão na quarta-feira.

O primeiro interesse, lógico, seria tomar o primeiro jogo do Mundial.

Embora o Rio de Janeiro tenha interesse, a pressão maior vem de Brasília.

Políticos acreditam que seria bom para a cidade da presidente ter o jogo.

Divulgaria ainda mais a capital do país para o mundo.

Evitaria gafes como a do presidente norte-americano Ronald Reagan.

Em pleno mandato, ele acreditava que fosse Buenos Aires.

Só que Andrés promete ser duro na conversa com representantes da Fifa.

Nas arenas Manaus e também na de Brasília morreram operários.

E não foi feita qualquer comoção internacional.

Ele não sabe ou finge não saber que sindicatos europeus pressionam a entidade.

Exigem mais segurança na construção dos estádios.

Alegam que a Fifa tem isenção fiscal, liberou as bebidas e teve várias vantagens no Brasil.

Seria de sua obrigação fiscalizar a segurança dos operários.

Mas a entidade delega essa função.

Por isso promete cobrar o Corinthians.

Mas Andrés tem certeza que o grande medo está no prazo.

Ele conseguiu de membros da Odebrecht a certeza.

Em fevereiro, no máximo, o estádio estará pronto.

Talvez até no final de janeiro.

O Itaquerão seria terminado no final de dezembro.

A Fifa exigia a data de 5 de janeiro antes do acidente.

Andrés assegura que haverá a inauguração com o Corinthians em campo.

As arquibancadas móveis serão colocadas como prevê o projeto.

Tudo seguirá o mesmo caminho.

O dirigente está preocupado em divulgar a situação aos quatro ventos.

O motivo, a confirmação da Emirates como dona do naming rights.

Já havia a promessa.

O acordo, por dez anos, deve render entre R$ 400 e R$ 500 milhões.

Já houve o recuo uma vez por causa dos protestos na Copa das Confederações.

As mortes de Fábio e Ronaldo tiveram repercussão internacional.

Perder a abertura do Mundial seria um golpe fortíssimo para a Emirates.

Antes do acidente estava prevista a viagem de Andrés aos Emirados Árabes.

Ele deveria ir na próxima semana.

O ex-presidente corintiano adiou o encontro.

Mas tem mantido contato direto com intermediários.

E garante que nada mudará.

Andrés tem defendido com unhas e dentes o estádio.

Promete que as obras voltarão na segunda-feira.

Operários vão focar no acabamento do estádio.

Como pintura, colocação de cadeiras, cuidar da iluminação.

Os guindastes estão interditados pelo Ministério do Trabalho.

Foi um deles que rompeu levando parte estrutura do estádio.

E matou Fábio Luiz Pereira e Ronaldo Oliveira Santos.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil tem batido forte.

Diz ter denúncias de operários avisando do perigo dos guindastes.

E garante ter documentado a queixa antes do acidente.

Situação que a Odebrecht e Andrés garantem não ser verdade.

Como a fiscalização das arenas em todo o Brasil é falha, não há como provar.

Ficará a palavra de um contra a do outro.

Em compensação, Andrés ganhou um defensor involuntário.

Seu inimigo político de morte, José Maria Marin.

1gazeta12 1024x576 Ninguém vai tirar a abertura da Copa daqui, garante Andrés Sanchez. Não se preocupa com o lobby por Brasília e Rio. Ainda mais agora que o empréstimo de R$ 400 milhões foi liberado pelo BNDES para o Itaquerão...

O ex-governador biônico de São Paulo não quer a abertura da Copa fora daqui.

A quer no Itaquerão.

Ele sabe que o governador Alckmin e a prefeitura empenharam dinheiro público.

Já há um medo enorme de manifestações no próximo ano.

Se o Itaquerão perde a estreia do Mundial tudo ficará pior, injustificável.

O Morumbi precisaria de reformas estruturais e cobertura.

Fora também não possuir um estacionamento da altura do evento.

A nova arena do Palmeiras está fora de cogitação.

Por ser menor, não ter estacionamento.

O Pacaembu também teria de ser inteiro reformado.

Ou seja: é o Itaquerão ou é o Itaquerão.

Não há saída para Marin.

E nem ele quer que exista.

Nada de Brasília ou Rio de Janeiro.

Até no seu xadrez político, ele precisa satisfazer São Paulo.

A posição da Fifa é conservadora.

Blatter soube do acidente e da necessidade de um prazo maior.

Ele já foi dado.

Até o final de janeiro, início de fevereiro.

Não haverá prejuízo algum para a Copa se o estádio estiver pronto.

Dará tempo até a alguns eventos testes.

Se agarrando neste diagnóstico que Andrés garante.

Ninguém vai tirar a abertura da Copa no Itaquerão.

Quanto às vítimas, ele promete que as famílias serão assistidas.

Para evitar desgaste, não quer que elas procurem a justiça.

Já está havendo negociação para chegar a um valor de idenização.

Andrés fez questão de ir ao enterro de Fábio em Limeira.

Vai ser um pouco mais difícil agradar os familiares de Ronaldo.

Eles não o perdoam Andrés.

O dirigente disse que ele estava dormindo em local inapropriado quando morreu.

“Isso é coisa de cabra sem vergonha que não sabe da história.”

Assim resumiu o irmão de Ronaldo, Renato Oliveira.

Ele não perdoa o dirigente por criticar o irmão morto.

Estando correto o que Andrés disse fica clara outra falha no Itaquerão.

A da fiscalização: como Ronaldo estava dormindo em local proibido?

Independente do clima péssimo no clube, surgiu um escudo.

O anúncio que Mano Menezes se reuniu com Mario Gobbi em São Paulo.

Conselheiros vazaram essa informação ontem.

O que foi ótimo para mudar a manchete do acidente no Itaquerão.

Reunião estranha.

Já que os dois vinham conversando por telefone.

Encontro faltando dois jogos para o Brasileiro terminar.

Um desrespeito completo a Tite.

Há quem veja no próprio Parque São Jorge que foi uma manobra.

Apenas para levar as notícias para a parte esportiva do clube.

Independente de tudo, Andrés garante.

Na segunda-feira, os operários estarão no Itaquerão.

E voltam ao trabalho.

Os guindastes, fundamentais para o término da obra, serão vistoriados.

Tanto pelo Ministério do Trabalho como pelo fabricante.

Os laudos deverão tirar as dúvidas.

Por enquanto há três hipóteses para o acidente.

Falha mecânica no guindaste, erro humano de que o manipulava.

E, por último, o solo, encharcado pelas chuvas, ter cedido.

O clube vai homenagear Fábio e Ronaldo contra o Inter, amanhã no Pacaembu.

A comoção continua grande no Parque São Jorge.

Independente disso, o ex-presidente corintiano jura a amigos.

“Ninguém vai tirar a abertura da Copa daqui.

Ninguém…”

Ainda mais agora que o BNDES liberou o empréstimo de R$ 400 milhões.

A Caixa será a intermediária, aceitando as garantias corintianas.

O dinheiro será repassado imediatamente para a Odebrecht.

Esse era o último entrave ao Itaquerão.

Não existe mais.

A ocasião foi aguardada desde 2011.

E fez o Corinthians dever mais R$ 80 milhões de juros à construtora.

O dinheiro deveria ser motivo de festa.

Mas não há o menor clima diante das mortes de Fábio e Ronaldo…
2reproducaojornaldelimeira Ninguém vai tirar a abertura da Copa daqui, garante Andrés Sanchez. Não se preocupa com o lobby por Brasília e Rio. Ainda mais agora que o empréstimo de R$ 400 milhões foi liberado pelo BNDES para o Itaquerão...

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