Ele é o jogador mais espetacular do Brasil.
O que fez ontem contra o Internacional foi um absurdo.
Não se importou com a marcação, com tática, estratégia.
Foi driblando com genialidade.
Descobrindo por onde passar seu franzino corpo e a bola.
Fez dois gols antológicos.
O que mais chamou a atenção ontem na atuação de Neymar foi que ele não caiu à toa.
Messi e os deuses do futebol estão mostrando o caminho.
Chegou a hora de esquecer o péssimo conselho que recebeu do pai.
E que levava para a vida toda.
Na hora em que um adversário faz cara feia e prepara o bote, a saída é dobrar as pernas e mergulhar no gramado.
Isso é conselho de pai que pretende que seu filho não saia machucado, esfolado de campo.
Muito tempo Neymar seguiu este conselho.
Acreditou que fosse verdade absoluta.
E perdeu a chance de marcar muitos gols.
Dar mais vitórias ao Santos, à Seleção Brasileira.
Finalmente ele vem melhorando muito.
Seus dias de Fiuk diminuindo.
Ficar reverenciando, aplaudindo de pé tanto talento é para torcedor.
Só graças à crítica há a evolução.
Na vida, no esporte, em todas as atividades.
Há dois ou até há um ano, o jogador santista não marcaria os gols fabulosos de ontem.
Com certeza, no primeiro encontrão, se estatelaria no chão.
Trocaria a chance de marcar por mísera falta.
É isso que se cobra de um jogador tão especial como Neymar.
Ele nasceu com talento com a bola nos pés.
Não para a arte dramática.
Sua fama de 'mergulhador' chegou à Europa.
É o seu defeito para onze de dez jornalistas espanhóis, por exemplo.
Eles acreditam que seja esse o 'defeito de fábrica' que o Barcelona terá de arrumar um dia.
Talvez não precisem.
Contra o Inter ontem, Neymar demonstrou que a mudança já está dentro ele.
Do grande clássico da Vila Belmiro, três grandes detalhes.
Dorival Júnior decepcionou mais uma vez colocando três volantes.
A passagem pelo Atlético Mineiro parece ter traumatizado, estragado um grande treinador.
A segunda situação a ser destacada…
Mesmo com três volantes, o Inter não marcou individualmente Neymar.
Preferiu por setor.
Mesmo sabendo que Nei é o seu jogador mais fraco.
Foi um convite para Neymar mostrar seu talento privilegiado.
E o terceiro é péssimo.
A pressão sobre Roman valeu.
O gaúcho de nascimento marcou um pênalti inexistente de Índio em Borges.
Proporcionou o primeiro gol ao Santos que mudou a partida.
Mas esses detalhes em nada apagam a sensacional atuação de Neymar.
O Justin Bieber do Suarão mostrou do que é capaz.
É exatamente isso que se cobrará sempre dele.
Messi fez cinco contra o Bayer Leverkusen pela Champions League.
Neymar marcou três diante do Inter na Libertadores.
A briga é essa.
Mostrar quem tem mais talento e que melhor produz para o seu time.
Não é uma competição de saltos ornamentais.
Ou para quem melhor imita o Fiuk.
Neymar finalmente está aprendendo o quanto é bom jogar em pé…