Índios ainda ocupam hidrelétrica; situação está cada vez mais tensa

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Mais de 70 índios das etnias Arara e Cinta-Larga ainda permanecem na Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) Dardanelos, localizada em Aripuanã, no extremo Noroeste de Mato Grosso. A situação é tensa e os índios querem a presença dos mesmos diretores que no ano passado durante a primeira invasão negociaram com as etnias. Alguns funcionários que estavam dentro da usina e impedidos de sair foram liberados.

Segundo o líder dos Araras, Amazonildo Arara, o descaso em relação aos atendimentos dos pedidos se tornou ainda maior porque desde ontem (8) não obtiveram nenhuma resposta do diretor presidente da empresa Energética Águas da Pedra, José Hugo Junqueira, ou de qualquer outro representante, sendo que ninguém compareceu no local da obra para conversar com as etnias.

No momento os índios fazem barricada com pneus e tambores, e ninguém pode ter acesso à obra antes de qualquer negociação. Na cidade de Aripuanã que fica ao lado da obra já dá pra avistar sinais de fumaça de fogo provocado pelos mais de 70 indígenas. “O prazo esta acabando e a cada hora que passa estamos descendo rumo à casa de força”, afirmou Amazonildo.

A invasão aconteceu na tarde desta quarta-feira (8), nas instalações da Usina Hidrelétrica Dardanelos de 261 megawatts. Líderes das etnias Arara e Cinta-Larga cobram  o cumprimento de reivindicações feitas há quase um ano e nunca atendidas pela Energética Águas da Pedra, empresa responsável pela construção da barragem.  Os índios tratam os pedidos como direitos de compensação ambiental pelos impactos da obra.

A Hidrelétrica de Dardanelos é também conhecida como “Usina da Morte” por ter destruído uma das mais belas cachoeiras existentes em Mato Grosso – o Salto Dardanelos. A usina começou a ser construída em 2007 e se arrastou por anos até a conclusão. Em 2010, o empreendimento foi ocupado pelos índios de 11 etnias que habitam a região e fizeram mais e 100 reféns. Eles exigiram um "programa de sustentabilidade para a comunidade indígena" e R$ 10 milhões, a título de "reparação financeira" pelo empreendimento.

 

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