O deputado estadual Eduardo Botelho (DEM), atual presidente
da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, disse que não apoia a pré-candidatura
de Carlos Fávaro (PSD) ao Senado porque ele é candidato apenas do agronegócio,
não está preocupado com a população menos abastada e muito menos com os
pequenos produtores do Estado. Fávaro ocupa interinamente a vaga de
senador por causa de uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que o
autorizou, na condição de terceiro colocado no pleito de 2018, assumir a
cadeira que ficou vaga com a cassação de Selma Arruda (Podemos), por crimes de
caixa 2 e abuso de poder econômico.
Botelho foi questionado sobre seu apoio a um dos 11
pré-candidatos oficializados para a eleição suplementar ao Senado a ser
realizada no dia 15 de novembro, mas alegou que ainda não definiu nada nesse
sentido, pois garante que “ainda está indeciso”. O DEM, seu partido,
faz parte da coligação de Nilson Leitão (PSDB), mas liberou os filiados para
apoiarem quem bem entenderem.
Então, ele foi perguntado se apoiará Carlos Fávaro, favorito
do governador Mauro Mendes (DEM), e não hesitou em responder negativamente.
“Não vejo nele um representante da Baixada. Não vejo nele um homem que
olha pra agricultura familiar. Não vejo ele como um representante realmente do
povo. Por isso eu não tenho afinidade de apoiar um candidato que representa só
o agronegócio. Tem que representar também o pequeno, o feirante, o trabalhador
da área rural, é por isso”, justificou o presidente da Assembleia
Legislativa.
TAQUES
Botelho ainda avaliou que a entrada do ex-governador e
ex-senador Pedro Taques (SD) na disputa não muda em nada o cenário já colocado.
“Não vejo ele com chances reais de ganhar, ele tem um grande percentual,
vai ter. Ele foi um dos melhores senadores que Mato Grosso já teve, mas não tem
grupo, acho que as chances dele hoje são pequenas”, analisou o democrata.
Na disputa ao Senado, o Democratas está dividido. Um grupo
liderado pelos irmãos Campos está no grupo do pré-candidato Nilson Leitão
(PSDB), que terá o ex-governador e ex-senador Júlio Campos como primeiro
suplente. Do outro lado, o governador Mauro Mendes encabeça uma ala do DEM que
apoia a candidatura de Fávaro.
Inclusive, houve animosidade e um clima de desgaste entre
Mendes, o senador Jayme Campos e seu irmão Júlio. O motivo é que os irmãos
Campos decidiram por conta própria que caminhariam com Leitão na disputa, mesmo
cientes que o governador apoiaria Fávaro, seu aliado desde as eleições de 2018.
Sem consenso no DEM, ficou decidido pela “liberação” de alguns
membros para apoiarem os candidatos que quiserem.
Sobre esse desgaste, Eduardo Botelho evita polemizar e adota
um tom apaziguador. “O DEM não está estremecido. Desde o começo quando o
Júlio Campos era candidato do partido já estava definido que algumas pessoas
iriam ficar liberadas pra apoiar outros candidatos. E assim aconteceu agora.
Ele está colocado como primeiro suplente, mas o DEM liberou dentro de um
combinado. Não existe intriga, não existe nada”, colocou Botelho.
Folhamax