MT está entre os que menos investe em Saúde

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Mato Grosso é o 4º estado que menos investiu em saúde pública no Brasil em 2013. O Estado direcionou 9,1% para o setor, segundo dados do Estadic (Pesquisa de Informações Básicas Estaduais, divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de estar entre os últimos em investimento, o Estado é o que menos debateu políticas para a área, ficando na última colocação no número de reuniões realizadas pelo Conselho Estadual de Saúde de 2013.

Enquanto o Rio Grande do Sul, estado na primeira colocação, realizou 25 reuniões no âmbito da saúde, Mato Grosso executou apenas 2, ocupando a última colocação no ranking nacional. O Estado também está entre os 17 que fizeram contratação de serviços de Saúde por meio de Organização Social de Saúde (OSS).

Desde que o Governo optou pelo modelo de gestão das OSSs, o segmento perdeu profissionais já que as entidades não cumprem as obrigações previstas em contrato. A ausência de bons resultados realiza o resultado previsto pelo Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), que desde o inicio mostrou-se contra a atuação dessas Organizações no âmbito da saúde pública.

A conselheira suplente do Conselho Estadual de Saúde (CES/MT), Alzira Saldanha, diz que a categoria já se mostrou totalmente contra as OSSs. “Só para destacar o Conselho sempre foi contra. A categoria é a que mais saiu perdendo, e como fomos e ainda somos contra, optaram pelo Programa Mais Médicos, que pelo que todos nós percebemos também não está funcionando no país”.

Saldanha ainda ressalta que não houve nenhum avanço na saúde. “Desde que este novo modelo de gestão foi aderido, é nítida a piora que a saúde sofreu. Não mudou em nada, aliás, mudou, para pior”.

Presidente do Sindimed, Elza Queiroz confirma que os médicos não apoiam o método das OSSs. “Esse modelo é o motivo da maior evasão dos profissionais da saúde em Mato Grosso nos últimos anos. Desde o início nos mostramos contra, visto que em outros estados o modelo já estava sendo revertido, justamente por não dar certo”.

A sindicalista ressaltou, inclusive, que os municípios de Tangará da Serra e Barra do Bugres estão em completa situação de calamidade. “Recebi inúmeras ligações de médicos dessas cidades, que estão pedindo socorro para a saúde pública. Por isso estamos indo para Barra do Bugres, para uma reunião com os profissionais e representantes políticos que possam nos ajudar a melhorar essa situação”.

Elza informou os maiores problemas que a categoria enfrenta. “Em todo o Estado a falta de um plano de carreira para os médicos, uma infraestrutura digna de se trabalhar, materiais para atendimento a população, mais concursos para não sobrecarregar o quadro de profissionais e o atendimento a população são os principais dificuldades que enfrentamos”.


Para debater o atraso nos repasses aos municípios, membros do Conselho de Secretários de Saúde de Mato Grosso (COSEMS/MT) se reúnem na próxima semana.

De acordo com a secretária geral do COSEMS/MT, Marildes Ferreira, todas as secretarias de saúde tem sofrido com a falta de repasse por parte do Governo do Estado, e a intenção da categoria é regularizar pendências o mais breve possível.

O quadro se torna ainda mais agravante, sabendo que a capital mato-grossense é uma das cidades-sede da Copa do Mundo. De acordo com estudo realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que diagnosticou a demanda de produtos e serviços para a Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá, o cenário da saúde no Estado é preocupante.

Apesar da capital possuir leitos para atender aos seus habitantes, a pressão sofrida pela demanda dos municípios no interior, que não possuem plano de ação para a saúde, demonstra a necessidade de mais investimentos e planejamento no setor.

Além disto, a única unidade de urgência e emergência em alta complexidade, o Pronto-Socorro de Cuiabá, não possui estrutura para atender acidentes mais graves, que podem ocorrer durante os jogos do Mundial.

Outro lado – Por meio da assessoria, a Secretaria de Estado de Saúde informa que aplica 12% em Saúde, percentual previsto por lei.

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