MPE usa depoimento de Eder para incriminar Silval

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Welington Sabino/GD


Trechos de depoimentos prestados pelo ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes (PHS), ao Ministério Público Estadual (MPE) em ocasiões anteriores, foram usados na denúncia contra o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), os ex-secretários de Estado, Marcel Souza de Cursi (Fazenda), Pedro Nadaf (Casa Civil) e mais 3 pessoas. A promotora de Justiça, Ana Cristina Bardusco, que assina a denúncia, ressalta que para reforçar a tese de que o ex-governador chefiava o esquema de corrupção, Eder Moraes “deixa evidente a prática corruptiva que ocorria no âmbito do Poder Executivo comandado por Silval Barbosa (PMDB)”.

Os depoimentos de Eder foram feitos no contexto da Operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal em etapas para combater um complexo esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro. Como desdobramentos, o Ministério Público Estadual também propôs ações na Justiça Estadual contra políticos e empresários acusados de envolvimento no esquema. Os depoimentos de Eder, desde então, vem sendo “emprestados” em outros casos para ajudar a esclarecer outras investigações também envolvendo corrupção e desvio de dinheiro. 

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De acordo com o Ministério Público, no caso investigado pela Operação Sodoma “a propina seria destinada ao Silval Barbosa e outros, e o responsável por ‘cuidar’ do ‘retorno’ era Pedro Nadaf. Destaca que Eder de Moraes detinha conhecimento sobre os bastidores do governo estadual na gestão passada, visto que integrou o corpo de secretariado daquele mandato, e evidenciou a prática reiterada de corrupção por Silval Barbosa e Pedro Nadaf, na concessão de incentivos fiscais”.

A denúncia diz ainda que na divisão das tarefas, “perseguindo os objetivos da organização criminosa, era da incumbência de Pedro Nadaf realizar o controle criminoso da concessão do benefício fiscial do Prodeic proporcionando à organização criminosa: Controlar e filtrar a concessão do benefício fiscal e manipular a tramitação dos procedimentos administrativos para a obtenção do benefício”.

A promotora de Justiça afirma ainda que o empresário João Batista Rosa, dono do Grupo Tractor Parts e delator do esquema que confirmou ter pago R$ 2,5 milhões em propina poderia ter o benefício do incetivo fiscal de suas empresas cancelado caso não atendesse aos “pedidos” do grupo.

“No interesse da organização criminosa, artificiosamente, criava situação na qual aspectos formais, deliberadamente, não eram atendidos, para no caso do empresário não se submeter às exigências impostas, as pendências seriam reveladas, provocando o cancelamento do benefício”.

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Trecho de um depoimento de Eder usado pelo MPE contra Silval

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