MPE admite participação de outros secretários de Estado

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A possível participação de outros assessores diretos do ex-governador Blairo Maggi (PR) no esquema de compra superfaturada, que resultou no desvio de R$ 44 milhões dos cofres públicos, não é descartada pelo Ministério Público Estadual (MPE).

Informações dão conta que outros três nomes – um secretário e dois ex-secretários – podem ter ligações com o esquema, embora não atuassem, efetivamente, nas áreas fins da aquisição dos maquinários superfaturados.

As suspeitas recaem sobre o atual secretário-chefe da Casa Civil, Eder Moraes (na época, na Fazenda); o major da PM Eumar Novacki (que estava na Casa Civil); e o suplente do senador eleito Blairo Maggi, José Aparecido dos Santos, o "Cidinho", ex-secretários de Projetos Estratégicos.

Em duas ações civis públicas, propostas pelo promotor Mauro Zaque, os ex-secretário Vilceu Marchetti (Infraestrutura) e Geraldo de Vitto (Administração) já foram acionados.

Em entrevista, nesta quarta-feira (1º), ao programa Tribuna Independente, da Rádio Cidade, Mauro Zaque confirmou a existência de informações sobre essa suposta participação, mas ressaltou que, durante suas investigações, não encontrou fatos que justificassem a inclusão dos três nas ações civis públicas.

"O fato é que, no procedimento que apuramos, as provas seguras e concretas deixam evidentes a participação de dois secretários [Marchetti e De Vitto] e propomos as ações contra eles", afirmou promotor.

Fatos novos

Apesar da informação, Mauro Zaque não descartou a possibilidade de abertura de novos procedimentos de investigação quanto ao rombo de R$ 44 milhões.

"Nada impede que, ainda que as ações já tenham sido propostas, em havendo fatos novos acompanhados de documentos, possa ser instaurado um novo procedimento e apurado com relação a outros secretários e outras pessoas", declarou.

Questionado se haveriam indícios contra Eder Moraes, Eumar Novacki e Cidinho, o promotor afirmou que, nesses dois procedimentos, não foram apontadas "provas concretas" que indicavam ou demonstravam a participação efetiva dessas pessoas.

"Os indícios não foram suficientes para propositura da ação contra eles. O que havia, com certeza, eram muitos comentários. Agora, dos comentários até as provas concretas, temos uma distância grande", avaliou o promotor.

Nos bastidores do Ministério Público Estadual e da Delegacia Fazendária, no entanto, sabe-se que os três assessores de Maggi acompanharam praticamente todas as fases do processo licitatório que culminou com o desvio milionário.

Fontes do MPE afirmaram que ainda há a expectativa de que, daqui para a frente, réus nas ações possam revelar mais detalhes sobre o esquema, inclusive o papel dos três subordinados de Maggi. 

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