A coordenadora da área de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare, afirmou que parte dos dados divulgados nesta quarta-feira (3), pelo Ibope Mídia, sobre hábitos e comportamentos das brasileiras, não confere com o cenário brasileiro.
A pesquisa aponta que 59% das mulheres buscam atendimento médico apenas quando já estão realmente doentes. A taxa, para os homens, é de 64%.
De acordo com a coordenadora, os dados com os quais o ministério vem trabalhando nos últimos anos dão conta de que as mulheres têm como hábito ir ao médico desde a adolescência.
– Às vezes, a percepção das mulheres não confere com as questões do dia a dia. As pessoas relacionam a saúde com uma ausência de doença. É preciso observar como a pesquisa foi feita e como as mulheres responderam a pergunta.
Para o professor da área de ginecologia e obstetrícia da Universidade de Brasília, Antônio Carlos Rodrigues da Cunha, a pequena diferença de percentual entre os dois sexos provocou surpresa. Em geral, segundo ele, as mulheres se submetem a um maior número de exames preventivos, como o papanicolau.
O médico também defende um maior detalhamento dos resultados apresentados pela pesquisa.
– A mulher tem uma frequência maior [no atendimento médico]. Essa é a nossa percepção.
Já os dados do Ibope sobre o baixo uso de preservativo por mulheres em novos relacionamentos foram validados pelo Ministério da Saúde. Este ano, o foco da campanha de prevenção à aids, do ministério, no carnaval são mulheres de 15 a 24 anos.
Para a pasta, o desafio ainda envolve as desigualdades de gênero, como a dificuldade para a mulher em negociar com o parceiro o uso do preservativo.