A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quinta-feira
(10) que o governo tomou as medidas
necessárias para tentar conter a alta no preço do arroz e evitar um
desabastecimento do produto nas prateleiras dos supermercados.
“As medidas que podiam ser tomadas, foram tomadas, para
fazer a estabilidade e o equilíbrio para esse produto”, disse em um vídeo
publicado em suas redes sociais.
“O Brasil abriu mão, tirou a alíquota de importação,
para que produto de fora pudesse entrar e trazer um equilíbrio para os preços.
Abrimos somente uma cota, porque não temos necessidade de muito arroz, mas isso
é uma cota de reserva, para que possamos ter a tranquilidade de que o
preço vai voltar, vai ser equilibrado, e que o produto continuará na gôndola
para todos os brasileiros”, acrescentou.
Taxa de importação
Ontem (9), a Câmara de Comércio Exterior (Camex),
vinculada ao Ministério da Economia, decidiu zerar a alíquota do imposto
de importação para o arroz em casca e beneficiado. A isenção tarifária valerá
até 31 de dezembro deste ano.
A redução temporária está restrita à cota de 400 mil
toneladas, incidente sobre o arroz com casca não parbolizado e arroz
semibranqueado ou branqueado, não parbolizado, de acordo com a Nomenclatura
Comum do Mercosul (NCM).
Até então, a Tarifa Externa Comum (TEC) aplicada sobre o
produto era de 12%, para o arroz beneficiado, e 10% para o arroz em casca,
válida apenas para países de fora do Mercosul. Dentro do bloco econômico
regional, que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, a tarifa é de
importação já é zero.
Tailândia e EUA
Mais cedo, em entrevista para a Rádio Gaúcha, Teresa
Cristina comentou que a maior parte do arroz que será importado sem tarifa deve
vir da Tailândia e dos Estados Unidos, que produzem o mesmo tipo de produto
consumido no Brasil.
Ainda segundo a ministra, no vídeo divulgado em suas redes
sociais, o preço do arroz nos últimos anos vinha abaixo do que seria seu valor
de mercado, por causa de uma queda na produção que afetou o tamanho da área
produzida no país.
“No passado, o arroz teve um preço muito baixo, durante
muitos anos. Nós tivemos uma queda na área de produção e o arroz,
então, hoje, tem um preço mais alto. Mas ele está na prateleira, vai
continuar nas prateleiras”, afirmou.
Alta nos preços
Desde o início do ano, o preço do arroz
acumula alta de mais de 21,2% nas prateleiras, segundo a Associação
Paulista de Supermercados (Apas).
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o preço da saca de 50 kg de
arroz, vendido pelo produtor, variou mais de 107% nos últimos 12 meses,
chegando próximo a R$ 100.
Os motivos para a alta são uma combinação da valorização do
dólar frente ao real, o aumento da exportação e a queda na safra. Em alguns
supermercados, o produto, que custava cerca de R$ 15, no pacote de 5 kg, está
sendo vendido por até R$ 40.