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Terminou sem um acordo imediato a reunião entre o governador Silval Barbosa (PMDB), a cúpula da Segurança Pública e os representantes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros que cobram reestruturação da carreira para equiparar à Polícia Civil. Contudo, o encontro conseguiu acalmar os ânimos e amenizar o clima de tensão que predominava nos discursos acalorados dos oficiais e sindicalistas. Eles se reuniram nesta segunda-feira (9) no Palácio Paiaguás e as conversas se estenderam por várias horas. Antes, a categoria prometia que se a proposta apresentada não fosse acatada pelo governador, a possibilidade de greve seria deliberada nesta terça-feira (10) durante assembleia-geral.
O governo afirmou que uma série de fatores, como a Lei de Responsabilidade Fiscal e a proximidade das eleições torna inviável acatar a proposta dos policiais e descartou qualquer reajuste salarial por agora. Dessa forma, a expectativa gira em torno da assembleia-geral. Contudo, pelo discurso do presidente da Associação dos Oficiais de Mato Grosso (Assof-MT), major Wanderson Nunes de Siqueira, pelo menos a princípio, Silval e seu secretariado que também participou da reunião, conseguiram amenizar o clima de tensão que existia antes. “Minha orientação é para que a categoria não decida pela paralisação, pois o governo deu um passo bom. Mas não posso prever o resultado. Somente após a assembleia poderemos repassar qualquer outro detalhe”, ressalta o major.
O governo chegou a fazer 2 contrapropostas que foram recusadas pelos policiais. Depois uma nova contraproposta foi elaborada e será debatida na assembleia entre os policiais militares e bombeiros. Contudo, o teor não foi divulgado. Mesmo sem um consenso ao término da reunião que começou às 10h e terminou após às 17h, o governo está otimista e espera que a categoria aceite continuar conversando. “Ficaram de levar a conversa para ser debatida amanhã entre eles durante a assembleia-geral. Não houve consenso, mas vão apresentar para decidir entre eles se voltam ou não a conversar com o governo”, disse o secretário de Comunicação, Marcos Lemos.
Lemos explicou que não foi discutido percentual de aumento, mas sim o reenquadramento da carreira. Contudo, a Associação dos Oficiais de Mato Grosso (Assof-MT) presidida pelo major Wanderson Nunes de Siqueira, ressalta que a discussão é sobre reestruturação salarial que precisa ser definida até o dia 14 de junho. A associação convocou todos os policiais e bombeiros militares da ativa e da do Estado, para a assembleia desta terça-feira que será realizada no Mato Grosso, a partir das 14 horas. “Destacamos que as deliberações realizadas na assembleia do dia 10 de junho, deverão ser cumpridas integralmente por todos os policiais e bombeiros militares do Estado de Mato Grosso”, diz comunicado publicado no no site da Assof.
O oficial se mostrou otimista com o resultado da reunião. “O governador nos deu um prazo, não era o que a gente queria, mas foi um avanço porque antes ele nem queria negociar. Nossa proposta não foi atendida em 100%, mas o que o governo nos prometeu não é tão ruim. É razoável”, informou o major sem informar quaisquer outros detalhes. Sobre a assembleia-geral, caso a maioria der parecer pela aceitação da contra-proposta do governo, os sindicalistas voltarão a agendar novas reuniões.
Pela proposta dos PMs, a reestruturação deveria equipará-los aos cargos da Polícia Civil, sendo os salários do praças igual ao dos investigadores e dos oficiais (tenente-coronel) no mesmo patamar dos delegados. Hoje, a categoria relata que as diferenças salariais em alguns cargos variam entre 40% e 60% menor que os salários dos servidores da Polícia Civil.