Mães “hi-tech” transmitem parto pela internet e pagam caro por 3D

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A pequena Tais comemora seu aniversário de um ano ao lado da mãe, Fabiana Meller, que transmitiu o parto da filha pela internet


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Hoje não basta ter fotos e uma filmagem convencional para recordar o dia do parto. As mães mais modernas usam também a tecnologia para tornar o momento inesquecível. A publicitária Fabiana Meller, de 34 anos, é um exemplo. Moradora de São Paulo, ela teve seu parto transmitido pela internet, a fim de que familiares e amigos pudessem conhecer a pequena Tais.

A cesariana, realizada na maternidade São Luiz, em São Paulo, em abril do ano passado, foi vista por seu irmão que estava em Londres e por uma amiga no Canadá, além dos familiares mais próximos. Ela diz que "foi um evento”.

– É um serviço muito legal porque só mostra a hora que a criança nasce, o momento exato que o médico traz o bebê, a primeira emoção.

Fabiana teve o privilégio de ser a primeira a utilizar o serviço oferecido gratuitamente pela maternidade paulistana. A estreia garantiu uma transmissão de grandes proporções, com telão no hospital por onde os médicos e os familiares puderam assistir ao nascimento. A equipe de filmagem também captou as reações do irmão e da amiga que estavam fora do país.

Tantos olhares não intimidaram Fabiana na hora da cirurgia. Muito contente com a possibilidade de dividir a sensação com as pessoas mais queridas, ela afirma que se sentiu mais amparada com a possibilidade.

– Geralmente é um momento a que só os pais estão assistindo. Já com isso, todo mundo acaba participando desse momento tão especial.

Sensação semelhante à sentida pela pedagoga Elisabeth Rodrigues, de 41 anos, que dividiu o momento do nascimento de seu primeiro filho, Rafael, no último dia 3 de março, com mais de 50 pessoas.

– Foi muito bom porque dentro da sala só entra o marido e o resto dos familiares fica para fora e não têm como assistir. Como foi pela internet. Minha família pode ver pelo computador.

Os avós maternos de Rafael levaram um laptop para o hospital para assistir ao momento em que o neto veio ao mundo. Da mesma forma, os avós paternos assistiram direto de Curvelo, no interior de Minas Gerais.

– Até meus colegas de trabalho e do meu marido, que é piloto de avião, puderam assistir ao parto de diferentes bases aéreas. 
Segundo Elisabeth, optar pelo serviço valeu a pena, porque só vê o parto “quem realmente a gente quer que veja”.

Privacidade

Apesar de o acesso ao parto ocorrer via internet, ele não é aberto ao público. Durante a internação, a grávida que optou pelo serviço recebe senhas que serão repassadas para quantos familiares e amigos ela quiser. Os números são feitos na hora, com base no nome da gestante e no número de registro da internação, ao qual só o casal tem acesso, diz a coordenadora médica da maternidade São Luiz, da unidade Itaim, Márcia Maria da Costa.

A privacidade também é levada em conta durante a filmagem. A equipe é orientada a captar somente o momento quando a criança nasce, mostrada nos braços do médico, sem qualquer aparição do corpo da mulher. Isso impede que detalhes como sangue, cordão umbilical e expressões de dor sejam vistas pelos espectadores.

– A cena dura uns 15, 20 minutos, até meia hora, no máximo. Depois a gente estimula a amamentação nos primeiros momentos de vida.

Em caso de qualquer complicação, a transmissão é interrompida ou mesmo vetada se o parto apresentar qualquer risco, afirma Márcia.

O serviço oferecido pela maternidade São Luiz desde abril do ano passado é gratuito e fica disponível no site do hospital por alguns dias. Geralmente é oferecido assim que a gestante fecha o contrato de parto com a instituição.

– Temos 70% de adesão, em média, o que equivale a uns 150 partos por mês, principalmente entre as que têm familiares fora de São Paulo. As que tinham receio, depois que visitaram a maternidade, adoraram.

Parto 3D

A transmissão do parto em 3D também é outro recurso usado por maternidades que têm deixado as gestantes e seus familiares bem empolgados. A maternidade Pro Matre, em São Paulo, oferece, desde fevereiro deste ano, uma espécie de pacote, pelo valor de R$ 2.000 pela filmagem tradicional, mais a transmissão em 3D.

Em um mês de serviço, ao menos 30 casais já tinham comprado o pacote, informa o diretor de relacionamento da Pro Matre, Alberto d´Auria. Segundo ele, os pais costumam se surpreender com a qualidade das imagens.

– É uma documentação que vale a pena mais pelo aspecto afetivo do que técnico-cirúrgico. Os pais ficam emocionados dias depois, porque eles são remetidos à mesma sensação que sentiram na sala de parto.

A edição em 3D também transmite o primeiro banho do bebê, a primeira mamada e a emoção das pessoas que estavam assistindo ao parto na maternidade, mas com a preocupação de não expor detalhes da operação e da paciente, explica D`Auria.

– O nosso pessoal é treinado para desviar as imagens de forma a não comprometer. O que a gente quer é que as pessoas tenham uma memória agradável.

Curiosamente nenhum dos casais que comprou o pacote possui uma televisão 3D, afirma o diretor. Mas os casais podem assistir as imagens na própria maternidade.

Uma televisão 3D custa em média de R$ 3.000 a R$ 7.000.


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