Em depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (14), um colega de escola de Marcelo Pesseghini, encontrado morto com os pais, dois policiais militares, na última semana, disse que no domingo, por telefone, antes da família ser encontrada morta, o garoto teria dito a ele, por telefone, que mataria os pais. O menino, de apenas 13 anos, é apontado pela polícia como autor dos assassinatos.
A polícia começou a ouvir nesta quarta-feira os PMs que estiveram na casa da família Pesseghini. Um ex-oficial da PM, o hoje deputado federal Sérgio Olímpio Gomes, afirmou que a cabo Andréia, mãe de Marcelinho, denunciou colegas do batalhão onde trabalhava.
No início da tarde desta quarta, o tio da cabo Andréia esteve na casa onde o crime aconteceu acompanhado de dois policiais para testar a chave encontrada por uma equipe da TV Record jogada no quintal. A chave não serviu em nenhuma fechadura dos dois imóveis do tereno.
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O objeto é mais um mistério no caso ainda cheio de interrogações. Uma delas envolveria policiais do 18º Batalhão, onde Andréia trabalhava.
Esta semana, Olímpio levou à corregedoria a denúncia de que Andréia teria sido convidada por colegas da guarnição para participar de roubos a caixas eletrônicos.
A denúncia confirma o que disse na última semana o ex-comandante de Andreia a um programa de rádio. Segundo o policial, ela teria colaborado com uma investigação sobre o envolvimento de policiais militares com o roubo de caixas eletrônicos.
Após causar um desconforto na cúpula da PM e ter de desmentir o que disse, o oficial deixou o comando do batalhão no início da semana.
Durante a entrevista, há uma semana, o tenente-coronel Wagner Dimas afirmou que Andréia deu informações importantes sobre o envolvimento de colegas no crime.
— Ela não fez expressivamente assim, esse, esse e esse tão com problemas. Mas ao contexto do que nos estávamos levantando, ela confirmou alguns detalhes.
No dia seguinte, por meio de nota oficial, desmentiu dizendo “não existe qualquer denúncia formalizada sobre os fatos de policiais militares envolvidos com roubos a caixas eletrônicos, e tão pouco a graduada fez qualquer denúncia a respeito.”
Em nota, a Polícia Militar alegou que o tenente-coronel Wagner Dimas continua no comando do batalhão, mas que está em tratamento de saúde a pedido do próprio oficial.
Na mesma nota, a PM diz que o a transferência do capitão Fábio Paganoto, que recebeu o relato de Andréia, não tem relação com a denúncia contra policiais supostamente envolvidos em crimes.
A polícia civil ouviu, nesta quarta-feira, mais quatro testemunhas do caso, entre elas dois PMs que estiveram no local do crime no dia em que os corpos foram encontrados.