A dona-de-casa Marcela Cardoso, 26, não só confessou à Polícia que matou a própria filha recém-nascida como também detalhou como fez para que o bebê morresse.
Por mais de uma hora, ela relatou à delegada Anaíde Barros, responsável pelas investigações, como fez de tudo para que a criança não sobrevivesse.
Marcela disse que teve a filha – na terça-feira (5) à noite – no vaso sanitário e, assim que o bebê caiu no vaso, fechou a tampa, puxou a descarga e o deixou-o por mais de meia hora dentro da água. Só depois é que resolveu colocá-lo numa sacola e jogá-lo na lixeira, no bairro CPA III, em Cuiabá.
Marcela acrescentou que chegou a jogar papel no vaso sanitário, mas negou que tenha sufocado o bebê. O exame de necropsia confirmou que havia um chumaço de papel no pescoço da recém-nascida, o que teria levado ao sufocamento que provocou a morte.
O bebê foi localizado na quarta-feira (6) à tarde por uma vizinha que foi jogar lixo e suspeitou de uma sacola com um volume embrulhado num pano.
O resultado do exame psicológico apontou que Marcela não estava em período puerperal. Com isso, a delegada entendeu que a dona-de-casa praticou um homicídio. “Trata-se de um homicídio qualificado”, informou a delegada ao Midianews.
Segundo Anaíde Barros, Marcela alegou que, após ter o primeiro filho, o marido não queria ter mais nenhum. Sabendo que estava grávida, a dona-de-casa negou o fato, escondendo a situação do marido e também da família. Mesmo em gestação, ela tomava chás abortivos, que foram insuficientes para fazê-la perder o filho.
“Ela (Marcela) fez de tudo para o filho não nascer, mas não conseguiu”, completou a delegada, que esteve no Pronto-Socorro de Várzea Grande (PSVG), acompanhada de uma equipe de policiais para interrogar a acusada.
Marcela acrescentou, em depoimento, que o marido trabalha à noite e, quando retornou, a encontrou no chuveiro. Ela se levou, mas passou mal. Assim que o marido chegou, alegou que teve hemorragia. Como ele não desconfiou, ele ligou para o Samu e os socorristas explicaram que, neste caso, o atendimento não é feito e ela deveria ser levada até uma policlínica.
O marido, então, ligou para uma irmã, que a levou para o Pronto-Socorro de Várzea Grande, que tem mais recursos. “Não houve assim a intenção de fuga, como se suspeitou inicialmente”, completou a delegada.
Familiares explicaram que Marcela conseguia mentir e ninguém sabia que estava grávida. A cunhada chegou a desconfiar, mas a dona-de-casa conseguiu convencê-la de que não esperava um filho.
No entendimento da delegada Anaíde Barros, nada justifica o que Marcela fez. “Em nenhum momento. Tanto que está confirmada a prisão dela por homicídio”, observa.
Assim que Marcela receber alta médica, será transferida para o Presídio Feminino Ana Maria do Couto May.