Médicos fazem campanha para conscientizar a população sobre incontinência urinária

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Agência Brasil

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No mês em que se comemora o Dia Mundial da Incontinência Urinária, problema caracterizado pela perda involuntária de urina, a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) e o Instituto Lado a Lado pela Vida fazem a campanha Segura Aí para alertar para as formas de prevenção e conscientizar a população de que há tratamentos eficazes e minimamente invasivos para o retorno do controle miccional. A incontinência urinária abala a qualidade de vida ao afastar o doente do convívio social.

Nesta quinta-feira (27), profissionais médicos estarão à disposição do público interessado em saber mais sobre os tipos de incontinência urinária, como prevenir o problema e tratá-loem três cidades, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

De acordo com o chefe do Departamento de Uroneurologia da SBU e coordenador da campanha, Márcio Averbeck, a campanha é muito importante, do nosso ponto de vista, porque pode melhorar a qualidade de vida das pessoas.

De acordo com o especialista, diferente do que muitas pessoas imaginam, as mulheres têm  mais chance de desenvolver incontinência urinária do que os homens.

Incontinência prejudica vida sexual

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— A proporção é duas mulheres para um homem. Então, as mulheres têm duas vezes mais chances de ter incontinência urinária ao longo da vida do que os homens.

O principal fator anatômico que influencia a possibilidade de perda de controle urinário na mulher é o comprimento da uretra, canal que leva a urina da bexiga até o meio externo, mais curta que no homem, e por isso com menor capacidade de retenção.  Em geral, a uretra feminina mede de três centímetros a quatro centímetros, enquanto a média masculina situa-se entre 18 cm e 20 cm.

Márcio Averbeck disse que outros fatores envolvidos no desenvolvimento da incontinência urinária são as mudanças hormonais da mulher ao longo da existência, como, por exemplo, durante a gestação e no período da menopausa, quando há redução de hormônios.

— Isso pode afetar negativamente a qualidade do colágeno que compõe os ligamentos que mantêm a uretra em posição. Em função das alterações hormonais, a mulher pode ter a ruptura desses ligamentos pélvicos que mantêm a uretra em posição anatômica.

Averbeck lamentou que no Brasil não haja a cultura de prevenção quando se trata da  incontinência urinária.

— É exatamente isso que a SBU quer promover com a campanha: a conscientização da população para adotar medidas comportamentais que façam com que a chance de ocorrência da incontinência urinária seja  menor.

Entre as medidas preventivas, o coordenador da campanha citou os exercícios  do assoalho pélvico. Sob a orientação do médico ou do fisioterapeuta, o paciente pode identificar o grupo de músculos a contrair. Isso é feito em geral três vezes por dia, contraindo os músculos durante dez segundos e relaxando por mais dez segundos, em várias sessões.

Outra finalidade da campanha é estimular as pessoas que tenham o problema a procurar ajuda de um urologista, o que não costuma ocorrer com frequência, disse o coordenador da campanha. O principal motivo que ainda hoje leva os pacientes a não procurar ajuda é o tabu, o constrangimento  e a vergonha que as pessoas têm de falar sobre o assunto, acentuou.

No caso de mulheres, em especial, pode ocorrer perda de urina durante o ato sexual.

— Isso se chama  climatúria. Não é incomum que isso afete até a vida sexual. Às vezes, a pessoa deixa de fazer atividades sociais, deixa de querer ter um convívio social, de querer manter relações com seu parceiro, ou nem mesmo fala para o parceiro que tem incontinência urinária por vergonha e constrangimento.

Outro motivo que impede o paciente de recorrer ao médico é a crença errônea  de que perder urina é algo que ocorre normalmente com a idade, ou seja, quando se fica mais velho.

— Isso não é verdade. A gente não precisa obrigatoriamente ficar incontinente na terceira idade. A terceira desculpa, segundo o médico, para não procurar ajuda,  é o desconhecimento das opções de tratamento.

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