MD reúne descontentes e oposicionistas ao Governo Silval

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Partido deve nascer com porte médio, maior que o PPS e o PMN juntos


LAÍSE LUCATELLI/ Midia News

A criação do partido Mobilização Democrática (MD) deverá impactar o cenário político mato-grossense, principalmente no campo dos oposicionistas ao Governo Silval Barbosa (PMDB). 

Nascido da fusão entre o PMN e o PPS, o partido é capitaneado no Estado pelo prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (ex-PPS), e pela deputada estadual Luciane Bezerra (PSB), que será a presidente estadual do MD.

A sigla deve ser homologada nos próximos dias, quando então será aberta a “janela eleitoral” de 30 dias que permite que políticos com mandato se filiem sem perderem seus cargos.

Enquanto isso, os líderes da nova agremiação já estão buscando a adesão de outros líderes, como deputados estaduais, prefeitos e vereadores. A cereja do bolo seria a filiação do senador Pedro Taques (PDT), que ainda avalia as vantagens e desvantagens de aderir ao MD. 

Na avaliação do analista político João Edisom de Souza, em Mato Grosso o MD já nascerá maior do que o pequeno PPS e o inexpressivo PMN juntos, e deve agregar descontentes de todas as vertentes – mas, principalmente, descontentes com o governo Silval Barbosa (PMDB), já que atuará na oposição. 

“O PMN estava muito apagado e o PPS vem caindo desde que o Blairo Maggi (PR) saiu do partido. Por ser uma nova agremiação com possibilidade de filiação de políticos com mandato, o MD vai agregar um conjunto de pessoas descontentes em seus partidos. Ele não será tão grande como o PSD, que nasceu em 2011 como um dos maiores partidos do Estado. Mas sairá da condição de partido pequeno para mediano. Pode ficar maior que o PSDB, por exemplo”, diz o analista. 

De acordo com a previsão de João Edisom, o período de lançamento do partido não é o mais propício para a busca por filiações de líderes. “O melhor momento para isso é antes das eleições municipais, como fez o PSD. Agora tem muita gente ‘amarrada’ com compromissos políticos firmados nas eleições do ano passado”, afirmou.

Outra dificuldade da consolidação da sigla, segundo ele, é a forte liderança exercida por Percival Muniz. “O Percival ainda é um político muito ideológico, difícil de negociar. Poderia até espantar alguns interessados em se filiar. Por isso ele escolheu a deputada Luciane para conduzir a criação do MD. Ela é mais maleável politicamente, tem menos rejeição”, observou.

João Edisom disse que, a princípio, o MD será um “balaio de gatos”, pela reunião de políticos de diversas origens, e demorará algum tempo até encontrar seu caminho. “O MD, assim como o PSD, não é um partido ideológico, é um partido cartorial. Ele reunirá políticos, e não militantes. Acredito que, com o tempo, a linha político-ideológica do Roberto Freire e do Percival vai prevalecer mas, a princípio, será mesmo um balaio de gatos”, acredita.

O maior impacto, nas projeções do analista, serão sobre partidos de oposição ao governador Silval Barbosa, como o PSB de Luciane, o DEM e o PSDB. “Mas o PSD também pode perder algumas pessoas, pois quando ele foi criado, a adesão foi muito grande. Desse modo, muitos ficaram desassistidos, e já procuram um novo espaço político”, disse. 

O MD pode agregar, também, políticos que hoje estão na base do governo, mas rejeitam essa posição. É o caso dos deputados estaduais Ademir Brunetto (PT) e Adalto de Freitas, o “Daltinho” (PMDB), que estão em crise dentro de seus respectivos partidos pela postura de oposição ao governador. Ambos foram convidados e podem ser aquisições expressivas do novo partido.

Outros dois deputados que estão na mira do MD são Ezequiel Fonseca e Antônio Azambuja, que formam a bancada do PP na Assembleia. Este último também tem adotado uma postura crítica em relação ao Governo Estadual. O deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), que já está fora da base, também está negociando a filiação.

Em Cuiabá, os vereadores Domingos Sávio (PMDB) e Onofre Junior (PSB) também avaliam a possibilidade de migração.

Crescendo devagar

Luciane Bezerra afirmou que a intenção do MD é crescer aos poucos, consolidando o partido e fortalecendo sua atuação política a cada eleição. No entanto, ela não quis falar em números de possíveis aquisições.

“Nosso objetivo principal é fortalecer a candidatura majoritária do nosso grupo político, formado também pelo PSB, PV e PDT. A princípio, trabalhamos com o nome do senador Pedro Taques para o governo, e isso independe de ele estar no PDT ou no MD. Não temos a pretensão de crescer a qualquer custo, e não queremos esvaziar os partidos aliados”, disse.

A deputada disse acreditar que o MD exercerá papel fundamental nos próximos processos eleitorais no Estado. “Qualquer eleição em Mato Grosso agora passará pelo MD”, acredita Luciane.

“Apesar disso, devemos ficar entre os maiores do Estado, talvez entre os cinco maiores. A aceitação está melhor do que esperávamos. Agora, só precisamos da homologação do partido e da resposta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à nossa consulta para dar segurança aos interessados de que eles podem se filiar sem medo, e definir o espaço político que poderemos garantir a cada companheiro”, completou a deputada.


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