Mauricio Torres, por que tão cedo?

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Profissionais mais veteranos costumam olhar os mais novos como se fossem seus filhos. Acabo de saber da partida prematura, deste cenário do universo, de um de tais garotos, dos canais SporTV da Globo, que se foi aos 43 de vida – e eu me aproximo dos 70. É, poderia ser o seu pai.

Cruzei pouco com o Mauricio, em eventos daqui e dali. O suficiente, no entanto, para gostar do seu sorriso e da sua robustez (diversas vezes ele buliu comigo, com o meu peso – que já não é mais tão abusivo, emagreci bem uns 20 quilos desde Janeiro de 2014, a balança atesta).

Não me esquecerei, todavia, da sua voz marcante, do seu sorriso cativante e do seu sonho der cobrir esta Copa do Brasil. É moleque, estarei na Copa. E sempre que viável, retornarei às saudades do brado: “Vai, Gordo”!


Por Silvio Lancelotti.



Mauricio em três momentos

Álvaro José Paes Leme


Vancouver 2010. Os Jogos Olímpicos de Inverno marcavam uma virada na cobertura esportiva no Brasil. A Record mandou para o Canadá um autêntico “dream team” no qual a Ana Paula Padrão era o destaque. Âncora do Jornal da Record, que seria feito de lá num estúdio especial que deixou, literalmente, de boca aberta os dirigentes do COI.

Mauricio Torres e eu estivemos lá e contribuímos para que o brasileiro passasse a curtir, em pleno verão tropical, o curling, a patinação artística, o hóquei e a corrida sobre patins. Não raro éramos parados na rua para conversarmos com amigos telespectadores da Record e fãs do esporte em geral que discorriam acerca das nossas transmissões, do show que a Record havia dado e dos novos esportes que entravam no gosto de muitos por aqui.

Ele descobriu o gol do curling e fez transmissões incríveis desse esporte, que muitos consideram a bocha no gelo.

Guadalajara 2011. Mauricio e eu estávamos lá, novamente, integrando a equipe da Record em mais uma transmissão exclusiva. Narrávamos vários eventos por dia numa correria insana, mas com uma satisfação imensa. Estrutura muito boa sempre facilita muito e traz muita qualidade ao trabalho. Com talento então forma uma combinação imbatível e nisso o Mauricio valorizava muito o time da Record. Fizemos juntos as Cerimônias de Abertura e Encerramento do Pan. Inesquecível.

Londres 2012. Final de um ciclo de exclusividade dos grandes eventos Esportivos na Record e, novamente lá estávamos Mauricio e eu narrando e comentando a abertura e o encerramento dos Jogos Olímpicos. Mais que a grandeza daqueles momentos a certeza de que a próxima edição olímpica seria aqui, em casa, e iria oferecer a maior realização que um profissional do jornalismo esportivo pode desejar: cobrir o maior evento do mundo em sua terra.

Conversamos sobre isso algumas vezes e, cheios de planos, imaginávamos como as coisas seriam. Desempenho dos brasileiros, estruturas e o impulso que isso daria para o esporte aqui no Brasil.

Depois desses momentos de imensa alegria com um grande jornalista e grande amigo, um momento de dor. Da sua ausência, de sua partida repentina, da perda do talento, da saudade do bom amigo, do bom pai, do bom companheiro.

A certeza que, antes da Copa e dos Jogos Olímpicos, temos nossa primeira grande derrota: a perda do Mauricio.

alvaro2 Mauricio em três momentos

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