Mato Grosso registra aumento de 15% no desmate

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Mato Grosso voltou a registrar aumento na devastação da Floresta Amazônica. Pelo menos é o que apontam os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), com crescimento de 15% no total desmatado em agosto passado, em relação ao mesmo mês de 2010.

Segundo o levantamento, 35 quilômetros quadrados da floresta foram cortados em agosto, o que representa 3,5 mil campos de futebol devastados. No mesmo mês do ano anterior o Estado registrou 24 quilômetros quadrados de desmatamento. O aumento será um dos temas da pauta da reunião a ser realizada na terça-feira pela Comissão de Prevenção e Combate ao Desmatamento e Queimadas de Mato Grosso, na sede da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).

"Cada quilômetro quadrado representa 100 hectares. Mato Grosso desmatou o equivalente a 3.500 campos de futebol em um ano", compara o coordenador executivo do Instituto Centro de Vida (ICV), Laurent Micol. "É uma situação preocupante. Mato Grosso vinha reduzindo os índices do desmatamento e, de um ano para outro, houve uma inversão. Agora o Estado voltou a desmatar", avalia o coordenador do ICV, que é parceiro do Imazon em Mato Grosso.

Micol explica que a preocupação se dá principalmente porque agosto é considerado o primeiro mês do calendário oficial de desmatamento. "Nas análises feitas por institutos ambientalistas a retomada do desmatamento ocorre devido a aprovação do Zoneamento, que flexibilizou as leis, desequilibrando o zoneamento para os ruralistas", critica.

De acordo com o Imazon, em um mês, os satélites usados pelo instituto para fazer a avaliação identificaram 240 km² de novos desmates. A área desmatada no mês passado foi 158% maior do que a registrada pelo Imazon em julho, quando a floresta perdeu 93 km².

Desse total, Mato Grosso, foi o terceiro colocado em área desmatada. O Estado que mais derrubou a floresta foi o Pará (49%), seguido por Rondônia (19%). Amazonas (9%) ocupou a quarta colocação, seguido por Acre (4%), Roraima (3%) e Tocantins (1%).

Além do corte raso (desmatamento total), o levantamento do Imazon mede a degradação florestal (florestas exploradas por atividade madeireira sem plano de manejo ou atingidas por queimadas). Em agosto, a degradação avançou sobre 131 km² de áreas de floresta. Em relação a agosto de 2010, quando a degradação atingiu 1,5 mil km², houve redução de 92%, principalmente no Pará, em Mato Grosso e Rondônia. Mas, mesmo com a queda do índice, Mato Grosso continua sendo o líder da exploração. O Estado é responsável por 58% da degradação, seguido pelo Pará (21%).

"Mato Grosso já conseguiu reduzir o desmate, mas jamais reduziu a degradação. No ano passado, que foi um ano atípico, muito seco, houve um surto de queimadas. A redução desse índice este ano se deve também ao tempo seco ser menor do que em agosto de 2010", acredita Micol.

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