Mato Grosso fica em 5º lugar

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Mato Grosso ocupou o 5º lugar no número de mortes por acidente de motocicleta, em dados divulgados pelo Ministério da Saúde. O registro mostra que, a cada 100 mil habitantes, 11,9 morrem no Estado, em um levantamento realizado entre os anos de 2002 e 2012.

Resultados preliminares apontam também que, em 2013, acidentes com motos no país resultaram em 12.040 mortes, o que corresponde a 28% dos mortos no transporte terrestre. Só em Mato Grosso, o número de óbitos chegou a 419 no mesmo ano.

Estes números podem ser refletidos pelo aumento da frota de veículos do porte. Na Capital, por exemplo, foram registrados 99.153 veículos em 2014, como motocicleta, motoneta e ciclomotor. Comparado ao ano anterior, que registrou 92.792, houve um aumento de 6,8%. O posto ocupa, nas duas estatísticas, o segundo lugar no levantamento feito pelo Departamento de Trânsito do Estado (Detran-MT). O pódio foi liderado pelo carro, que teve uma frota de 194.953 no ano passado.

5º lugar no país

O registro de mortes no Estado é visto com preocupação pelo presidente do Sindicato dos Mototaxistas, Vilson Neves. Ele frisou que não há estudos específicos que distingue os profissionais da área com os demais motociclistas, o que dificulta o acompanhamento das atividades da categoria.
“Nós sempre cobramos junto ao Samu, Depevat, entre outros órgãos, para que destingiam as mortes de mototaxistas de outros motociclistas. Nós não temos este parâmetro para saber qual a realidade do profissional no Estado”.

Neves revelou que, até o momento, duas mortes foram registradas entre os sindicalistas. Mesmo que ‘baixo’, para ele este número é preocupante pela decorrência do óbito. “Até agora, em cinco anos de sindicato, foram registradas duas mortes. E nestas duas ocorrências, não foram culpa dos profissionais e sim dos terceiros que estavam envolvidos no acidente. Por isso cobramos que o profissional, ou o próprio motociclista, faça um curso de capacitação de 50 horas, pois pilotar uma moto não é algo tão simples quanto parece. Esta falta de preparo é que resulta em acidentes e até em mortes”.

A informação é sustentada pelo diretor-geral do Pronto Socorro de Cuiabá, Fabian Cuadal Navarro Magalhães. Referência em trauma no Estado, a unidade de saúde recebe, em sua maioria, pacientes que sofrem acidentes de motocicleta.

“Aqui no PSM diariamente recebemos um número alto de pacientes com trauma, como facada, tiro, fratura e, inclusive acidente de moto. Este tipo de ocorrência é muito alto aqui na unidade. Eu, que fico mais na parte da UTI, observo que a maioria dos pacientes são decorrentes de traumas, do que por ocasiões naturais. E, ainda assim, na maioria das vezes é por conta de acidente com motocicleta”.

Negligência no trânsito

Para o presidente do Sindicato dos Mototaxistas, Vilson Neves, o maior problema para que estes números sejam tão crescentes, é a imprudência no trânsito. Entre alguns casos apontados, ele lembrou de um acidente recente, no qual resultou na morte de uma jovem de 26 anos, no cruzamento da avenida Filinto Müller, Várzea Grande.

“Aqui na Grande Cuiabá, principalmente, há muito motorista negligente que não respeita as leis de trânsito, ou não são atentos com ele. Como foi o caso da menina que morreu esta semana. Está muito claro que foi negligência, porque não se pode passar direto em um cruzamento quando a pista está molhada e também quando o sinal está quebrado”.

As observações são reforçadas pelo delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito da Capital, Jeferson Dias Chaves. Ele exemplificou que só em Cuiabá, 40,14% das mortes no trânsito são decorrentes por acidentes de motocicleta. Para ele, boa parte deste número é resultado da falta de atenção dos condutores.

“É difícil especificar o que resultou na morte destas pessoas, pois não temos uma varinha mágica para saber de imediato. Mas boa parte, com certeza, é por conta da falta de atenção, pois um motociclista tem que estar muito mais atento que um motorista de carro no trânsito”.

O delegado ainda ressalta que, mesmo com todo equipamento de segurança e o veículo bem alinhado, o motociclista precisa redobrar a atenção, pois o trânsito da cidade sofre com falta de sinalização, e finalização das obras. Principalmente as prometidas para a Copa de 2014.

“Eu falo isso até como motociclista que sou. Todos nós precisamos estar muito atentos com o trânsito, pois há uma vulnerabilidade maior. Os condutores devem tomar cuidado, principalmente com falta de sinalização. Há muitos ‘gelos baianos’ espalhados pela cidade em adesivos luminosos, além dos buracos que a gente encontra por aí”.

Deste modo, o delegado ainda alerta sobre a responsabilidade do condutor ao pegar a motocicleta. “Não basta ter tudo equipado se o motociclista é negligente. Então é importante que coloque sempre o capacete, seja atento no trânsito e também jamais beber antes de dirigir”, finalizou.

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