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Duas propriedades localizadas em Mato Grosso, da massa falida Fazendas Reunidas Boi Gordo, empresa condenada pela prática de pirâmide financeira, foram leiloadas na semana passada sendo arrematadas por R$ 67 milhões. A Fazenda Aguapei, localizada em Porto Esperidião foi vendida por R$ 60 milhões com ágio de 79% sobre o valor da avaliação atualizado enquanto a Fazenda Manacá, em Chapada dos Guimarães foi negociada por R$ 7 milhões também com ágio de 79%. Os valores arrecadados serão utilizados para pagar dívidas com credores.
A Fazenda Santa Cruz, em Barra do Bugres divisa com o município de Salto do Céu, de 2.105 hectares também foi a leilão, mas não foi vendida por falta de interessados. Ela será incluída em futuro leilão. O lance mínimo para a Fazenda Santa Cruz era de R$ 6,452 milhões.
Com 12.811 hectares, a Aguapei estava avaliada inicialmente em R$ 33,65 milhões. Já a Fazenda Manacá possui 1.293 hectares e tinha valor inicial a ser vendida por R$ 7,05 milhões. O leilão foi realizado na última quinta-feira (5) na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, em São Paulo, com transmissão ao vivo pelo canal do boi e pelos sites da massa falida e da Freitas Leilões. Os leilões das demais propriedades da massa falida serão retomados no segundo semestre deste ano. A massa falida contava com 14 fazendas localizadas em Mato Grosso e São Paulo.
A falência da rede de fazendas foi decretada pela Justiça em fevereiro de 2014 depois que a empresa pediu concordata em outubro de 2001 após ser condenada por prática de pirâmide financeira com promessa de rendimentos de 40% para os investidores. O fato é que a Boi Gordo só se alimentava do de novos participantes que aderiam ao sistema e dessa forma não tinha sustentabilidade financeira para cumprir as promessas de lucro. À época em que foi à falência as dívidas totalizavam R$ 2,5 bilhões.
A Fazendas Reunidas Boi Gordo operava negociando contratos de investimento coletivo à vista ou a prazo, atrelados à arroba do boi. Como garantia aos investidores eram oferecidos rendimentos entre 3,5% e 5% ao mês, valores muito acima dos oferecidos pelo mercado na época, para atrair interessados. A promessa era de que podia chegar a 60% em 18 meses. Com as vendas das propriedades em leilões a Justiça tenta levantar para pagar parte dos débitos com investidores.
Este foi o segundo leilão de propriedades da massa falida da Boi Gordo. O primeiro aconteceu no dia 15 de maio deste ano quando foram arrecadados R$ 52,9 milhões. Quando estava em atividade, a fazenda chegou a atrair cerca de 30 mil investidores, sendo que entre eles estavam atores, políticos e atletas.