Após passarem os 20 anos, que esse crime ocorreu no distrito de Analândia do Norte no dia 26/11/1995, finalmente os criminosos foram julgados.
Segundo as testemunhas antes de acontecer o crime a vítima VANDERLEI CÉSAR PERCIAK, conhecido como POLACO contou via telefone para a sua mãe Dona LAURA ROESLER PERCIAK que residente na época na cidade Nova Bandeirantes-MT, que iria fazer um acerto trabalhista junto a madeireira Mara de propriedade de LUIZ DA SILVA MENDES, popularmente conhecido como LUIZÃO, e que tinha um bom dinheiro para receber.
Segundo as informações da polícia, o VANDERLEI conhecido como POLACO também era professor e que trabalhava durante o dia na madeireira MARA e a noite dava aulas.
Na conversa que teve com a sua mãe, dona Laura, Vanderley disse que iria passar o natal na casa que ele tinha em Alta Floresta e que morava junto com o seu irmão que era para a sua mãe ir até lá.
Após passar alguns dias mais precisamente na na noite do crime por volta das 20:00 horas, o Claudecir Silva Mendes, popularmente conhecido por Cláudio que é o filho do Luizão e estava junto com o MARCÃO funcionário de confiança do Luizão, disseram ao DONIZETE LOPES DOS SANTOS que também trabalhava na madeireira Mara como cortador de toras que era para o mesmo ajudar caçar o POLACO porque ele tinha tentado estuprar a filha do Cláudio que na época tinha apenas 5 anos.
O DONIZETE conhecia bem o Vanderlei e que o mesmo era uma pessoa que gostava muito de crianças e era uma pessoa muito boa e educada e incapaz de fazer mal a alguém e mesmo assim saiu em companhia do MARCÃO e o CLÁUDIO e foram até o trevo localizado bem aproximo ao Distrito de Analândia mas não conseguiram encontrar o POLACO e retornaram para a madeireira e enquanto o LUIZÃO deixou o seu outro filho, o JONECIR MENDES, popularmente conhecido como “GORDO” juntamente com o guarda da madeireira, na cabeceira da ponte localizada ali próxima enquanto pessoal continuava caçando o Vanderlei (POLACO).
O DONIZETE, porém, voltou para a sua casa porque sabia que o VANDERLEI era inocente e que quando saiu para procurará-lo foi na intenção de acalmar o pessoal que estavam procurando o POLACO para que não acontecesse nada com o mesmo.
Como não encontraram o POLACO, resolveu voltar para a sua casa. No dia seguinte, o DONIZETE ficou sabendo que a turma do Luizão e seus filhos tinham matado o VANDERLEI. Segundo o DONIZETE, em depoimento, disse que não acredita que o POLACO tenha cometido tal estupro, porque a menina na época havia passado pelo médico em Marcelândia e não tinha constado nada nos exames.
Segundo o depoimento do médico legista, o LUIZÃO ainda foi quem levou o corpo do VANDERLEI até o hospital para que fosse feito o exame pericial.
Quanto ao exame de conjunção carnal da menina T.F. filha do CLÁUDIO que na época tinha apenas cinco anos, o médico disse que nada constou e que a menina não foi violentada.
Todos funcionários da madeireira na época foram ouvidos. E todos falavam que quem matou o Vanderlei foi o guarda da serraria e Segundo as investigações os disparos foram efetuados de uma espingarda cartucheira, e que após ser alvejado a vítima ainda caminhou uns trezentos metros, isto pode ser comprovado através das marcas de sangue que ficaram no local.
De acordo com a polícia, o disparo atingiu a vítima no braço próximo as axilas
Cinco anos após o crime, ou seja, no dia 29 de junho de 2000, o Ministério Público do estado de Mato Grosso da Comarca de Colíder-MT, por intermédio do promotor de Justiça Dr. Sérgio Silva da Costa, requisitou a instauração do inquérito policial para apurar a prática do eventual crime de homicídio (Artigo 121, do código penal), por parte de LUIZ DA SILVA MENDES (LUIZÃO) proprietário da Indústria e Comercio de Madeiras Mara Ltda, estabelecida no Distrito de Analândia do Norte no município de Marcelândia.
Segundo o promotor, existia fortes indícios de colaboração de ocultação do crime através de recebimento de vantagens econômica. Mas no desenrolar das investigações além de muitos pormenores, ficou evidenciado, que a vítima após a morte foi submetido à exames Necroscópicos no Hospital São Miguel, pelo Médico na época, isso no mês de novembro de 1995.
O referido laudo simplesmente desapareceu da delegacia de Marcelândia juntamente com tudo que se dizia à respeito do homicídio. E assim foi solicitado a exumação de cadáver no qual foi realizado no dia 31 do mês de agosto do ano de 2.000. E segundo o resumo da exumação, constou que foram encontrados restos de chumbos no lado direito do cadáver dentro do caixão.
Mas por conta do desaparecimento de tais documentos o processo foi interrompido e somente deu continuidade 20 anos após o crime.
Apesar de todo empenho, os quatro advogados de defesa não conseguiram convencer o juri de que faltavam provas suficiente que incriminasse os réus.
Assim em face à soberana decisão do conselho de sentença, e pelo que dispões do artigo 492, inciso I do Código penal foram condenados os réus Jonecir Mendes o “GORDO” cujo o mesmo não esteve presente ao juri, Luiz da Silva Mendes o “LUIZÃO” e Claudecir da Silva Mendes foram condenados à 14 anos de reclusão.
Valmir Silva/Cidade News Online Direto da Redação