O contrato fechado entre a Prefeitura de Cuiabá e a Estação Primeira de Mangueira, no valor de R$ 3,6 milhões, não está sendo cumprido à risca.
Além de a escola de samba homenagear a Capital, com seu samba-enredo, o documento prevê uma série de outras cláusulas.
A seis dias da escola desfilar na Marquês de Sapucaí, na próxima segunda-feira (11), vários pontos do contrato não foram cumpridos. Entre eles, a realização de cursos e oficinas, a disponibilização 100 lugares em camarote, a escolha de passistas cuiabanas para desfilarem pela escola, além da realização de um desfile prévio pelas ruas de Cuiabá, que estava previsto para acontecer em dezembro do ano passado.
"Não houve captação privada e todo o valor [do contrato com a Mangueira] foi custeado pela Prefeitura de Cuiabá"
O acordo fechado entre o ex-prefeito Chico Galindo (PTB) e a Mangueira previa o pagamento de R$ 3,6 milhões à escola, dos quais R$ 1 milhão sairia dos cofres públicos municipais e R$ 2,6 milhões seriam provenientes de recursos privados, de empresas interessadas em apoiar a iniciativa.
Mas, não houve captação privada e todo o valor foi custeado pela Prefeitura de Cuiabá, conforme MidiaNewsapurou.
Segundo fonte do Palácio Alencastro, o secretário de Cultura, Marcus Fabrício, está enfrentando dificuldades para ser atendido pela direção da Mangueira.
A única resposta que conseguiu, recentemente, foi sobre o camarote. A escola de samba lhe informou que, como houve atraso no pagamento de uma das parcelas do acordo, não haveria mais como garantir o prometido em contrato.
Depois de algumas conversas, Fabrício teria conseguido garantir 60 lugares em camarotes na Sapucaí. O secretário não foi localizado pela reportagem.
Além disso, alguns integrantes de blocos carnavalescos da Cuiabá seriam escolhidos para desfilar em uma das alas da escola de samba. No entanto, as despesas de passagem, hospedagem e aluguel da fantasia deverão ser custeadas individualmente.
"De fato, temos tido algumas dificuldades e fizemos algumas incursões para que esse contrato seja cumprido, mas existe a possibilidade de o contrato ser honrado. Se a escola não honrar, nós vamos dar o procedimento legal e adequado para o caso", diz Mauro Mendes
Justiça
Em entrevista ao MidiaNews, o prefeito Mauro Mendes (PSB) confirmou que está tendo dificuldades em fazer o contrato ser respeitado, e não rejeita a possibilidade de acionar a Justiça, caso o compromisso firmado com a Prefeitura na gestão anterior não seja cumprido.
“De fato, temos tido algumas dificuldades e fizemos algumas articulações para que esse contrato seja cumprido, mas existe a possibilidade de ele ser honrado. Se a escola não honrar o compromisso, nós vamos dar o procedimento legal e adequado para o caso. Eu tive uma reunião com o presidente da Mangueira, em Cuiabá. Ele veio e nós exigimos nada mais nada menos que cumprisse o contrato. Já que a Prefeitura pagou, que ele cumpra o que foi combinado”, disse o prefeito.
Sobre as 100 vagas em camarotes prometidas pela escola, Mendes afirmou que nenhum ingresso foi enviado a Cuiabá, ainda.
“A Mangueira não entregou, até agora, os ingressos que estavam prometidas para 100 pessoas assistirem ao desfile do Carnaval, lá no Rio”, afirmou.
O prefeito revelou, ainda, que não irá à Cidade do Samba para prestigiar a desfile "por motivos pessoais".
Outro lado
A reportagem ligou para a assessoria da escola de samba, nos telefones disponíveis no portal da Mangueira, mas ninguém atendeu.
