Mais da metade dos aparelhos etilômetros, mais conhecidos como "bafômetros", de Mato Grosso estão parados por falta de manutenção. De acordo com dados da Polícia Militar, atualmente, o Estado possui 88 aparelhos e destes, 50 precisam passar por manutenção.
Conforme a assessoria da PM, são 20 aparelhos da marca BAF 300 e mais 68 da marca Drager Alcohol Test. Esta última possui os 50 bafômetros parados, que devem passar por uma manutenção anual, já que sem ela a funcionalidade diminui.
A Polícia Militar ainda informou que uma empresa terceirizada para realizar o serviço será contratada e, para tal, um edital de licitação está em fase de elaboração.
O comandante do Batalhão de Trânsito de Cuiabá, coronel Wilson Batista, afirmou ao MidiaNews não ter conhecimento dos dados informados pela assessoria da Polícia, porém refutou que os etilômetros sejam de uso essencial para o trabalho diário dos policiais.
"O bafômetro não chega a ser o remédio essencial. O próprio teste de alcoolemia serve para subsidiar o estado do sujeito, que é quando o policial observa o odor característico, a dificuldade de falar, a questão da capacidade de coordenação motora, entre outras coisas", disse o oficial.
Outro ponto questionado pelo comandante é o fato de o sujeito não ter a obrigatoriedade de realizar o teste do bafômetro.
"A lei é clara ao afirmar que ninguém pode criar sobre si mesmo provas que possam ser passíveis de incriminação. Portanto, diante da legislação, a falta do bafômetro não nos atrapalha, já que temos outras ferramentas", reforçou.
Atualmente, a legislação brasileira da Lei Seca (nº 11705) prevê infração gravíssima para quem dirigir sob influência do álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência. A penalidade é multa de R$ 957,70 e suspensão do direito de dirigir por até 12 meses.
Álcool e direção
A Lei Seca foi criada no país em 20 de junho de 2008 e chegou como uma tentativa de barrar, de forma legal, a mistura entre álcool e direção. No Brasil, o álcool ainda é um dos principais motivos para os acidentes, muitas vezes fatais, que acontecem.
No mundo, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que a bebida é responsável por 2,5 milhões de mortes anualmente. O número é superior as mortes de Aids, tuberculose e violência.
Em Mato Grosso, não há números exatos de quantos acidentes são registrados com vítimas fatais ou não, em que o principal motivo foi a bebida alcoólica. Porém, apenas no primeiro semestre deste ano foram 171 vítimas no trânsito na Capital, de acordo como jornal A Gazeta.
Entre os motivos do alto índice de acidentes citados pelo comandante do Batalhão de Trânsito, estaria o excesso de velocidade. Ainda que existam campanhas, e nestas estão inclusas a de que álcool e direção não combinam, os motoristas são imprudentes, tomam atitudes perigosas e assumem os riscos, que muitas vezes podem ser fatais.