Maggi teme repercussão de escândalos e pode recusar Ministério

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Blairo Maggi está preocupado em "levar pau" da imprensa nacional devido a escândalos de quando foi governador e também por causa de sua vinculação com  Luiz Pagot, que caiu do Dnit após as denúncias sobre mensalão do PR

   Ao invés de viver "um sonho" com o convite da presidente Dilma Rousseff para vir a assumir o Ministério dos Transportes, o senador mato-grossense e empresário Blairo Maggi passou a viver "um pesadelo". Acontece que seus interesses políticos se misturam com o privado. Está numa linha tênua. Acionista do Grupo Amaggi, detentor de um conglomerado de empresas, Maggi possui contratos milionários com o governo federal, envolvendo especialmente a Marinha e o BNDES. Se aceitar a cadeira de ministro, futuros financiamentos ficarão impedidos de ser realizados por suas empresas por força de lei. Essa é uma questão que pesa na avaliação do ex-governador quanto ao convite do Palácio do Planalto.

    Ademais, o ex-governador por 7 anos e 4 meses teme bombardeio da imprensa nacional, a partir da descoberta de escândalos de seu governo que ficaram limitados ao território mato-grossense, como o superfaturamento em R$ 44 milhões na compra de maquinário, benefícios fiscais a empresas concedidos supostamente com interesses políticos, e denúncia de que teria pago R$ 2 milhões aos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoim para ver incluído nomes de adversários políticos na lista de sanguessugas. Pesa ainda contra Blairo Maggi uma investigação no Supremo Tribunal Federal por crimes ambientais cometidos em 2007, quando era governador. Ele é réu ainda numa ação civil aberta em 2008 e que corre na 5ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal por suposta omissão diante de concessão de licenças ambientais ilegais e das queimadas que consumiram parques e reservas em Mato Grosso.

    O senador deve satisfação também quanto à acusação que cai sobre os ombros do afilhado político Luiz Antonio Pagot, que perdeu o cargo de diretor-geral do Dnit, após a revista Veja divulgar que o seu partido, o PR, estaria recebendo mensalão, a partir de um esquema montado dentro do Ministério dos Transportes e em órgãos vinculados. Pagot foi pilhado também recebendo salários do Senado sem trabalhar. Foi funcionário fantasma entre 1995 e 2002.

    Essas implicâncias têm deixado o senador republicano um tanto receoso. Ele sabe que, a partir de agora, sua vida privada e pública passará por devassa. Apesar disso, possui bom trânsito com a presidente Dilma, que o deseja no cargo de ministro, mas quer ver afastado também uma banda do PR, aquela que agrega políticos com o deputado Valdemar Costa Neto, que esteve envolvido no mensalão e agora no esquema de propina no ministério conduzido pela legenda republicana. Maggi ficou de dar uma resposta ao Palácio do Planalto na próxima semana. É provável que recue. Sente que o lombo já está doendo.


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