Eles são aliados políticos desde a campanha de 2006, mas agora estão em rota de colisão. Há cinco anos, Dilma Rousseff (PT) era ministra do governo do presidente Lula, que buscava a reeleição e, Blairo Maggi, então no PPS, governador e também candidato a novo mandato. Ela chegou ao posto de presidente da República tendo ele como um dos fortes aliados e, inclusive, na cota de patrocinadores da campanha. Apesar disso, não deu trégua ao pedido do ex-governador mato-grossense e instigou Luiz Pagot a pedir demissão da direção-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, como parte da faxina para varrer 28 pessoas do ministério dos Transportes e de órgãos vinculados, como Dnit e Valec.
Dilma não se mostrou complacente com esquemas de corrupção. Agiu rápido. O PR se sentiu desmoralizado e sem prestígio. Mesmo sua campanha tendo recebido R$ 1 milhão em doação das empresas do Grupo Amaggi, que tem Maggi como um dos acionistas, a presidente não poupou o afilhado político do senador e orientou Pagot a se desvincular do governo. Pagot se esperneou mas acabou entregando carta de demissão antes de terminar o seu período de férias. Ele ficou numa situação insustentável porque fora envolvido como integrante de um grupo que estaria cometendo irregularidades. A revista Veja denunciou que empreiteiras e empresas de consultoria estariam pagando mensalão para o PR para, em moeda de troca, se beneficiar de contratos milionários no ministério e em órgãos, como Valec e Dnit.
Maggi não se conforma em ser ignorado pela aliada política. Assim que "explodiu" o escândalo, ele ainda tentou convencer colegas parlamentares republicanos a continuarem na base. Como a crise continuou, sem a presidente dar a mínima safistação, o senador decidiu "lavar as mãos". Agora já defende ruptura. Não tem mais tanta afinidade com Dilma, que na campanha do ano passado chegou a visitá-lo em Sapezal, um dos municípios onde possui residência e empresas.