O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta sexta-feira (9), o nome de quem vai comandar alguns dos ministérios a partir de janeiro de 2023. São eles: Fernando Haddad (PT) na Fazenda, Rui Costa (PT) na Casa Civil, Flávio Dino (PSB) na Justiça, José Múcio Monteiro na Defesa e Mauro Vieira nas Relações Exteriores.
Questionado se a futura Esplanada dos Ministérios será diversa, o petista sinalizou positivamente. “Os companheiros que estão aqui são aptos, pessoas da mais extraordinária qualificação, para exercer a função que lhes foi delegada”, disse.
“Vamos colocar muita gente para participar [do governo]. Vai ter mulher, homem, negro, índio, vamos montar um governo que seja a cara da sociedade em sua total plenitude. Não se preocupe com isso porque vamos montar [dessa forma]”, acrescentou Lula.
O nome de quem comandaria o Ministério da Economia era um dos mais aguardados, especialmente pelo mercado, diante das declarações feitas por Lula em relação ao teto de gastos, regra que atrela o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior, e críticas à reforma trabalhista.
A pasta deve ser desmembrada em três: além de Fazenda, cujo titular será Haddad, serão recriados os Ministérios do Planejamento e Indústria, Comércio e Serviços. O ex-prefeito de São Paulo, inclusive, já se encontrou com o ministro Paulo Guedes (Economia) para discutir a continuidade de programas econômicos.
Neste ano, Haddad concorreu ao Governo de São Paulo, mas perdeu no segundo turno para Tarcísio de Freitas (Republicanos). Haddad já foi prefeito de São Paulo e ministro da Educação entre 2005 e 2012. Ele tem mestrado em economia e doutorado em direito.
Flávio Dino foi eleito senador pelo Maranhão neste ano. Formado em direito, foi governador do Maranhão entre 2015 e 2022. Antes disso, presidiu a Embratur de 2011 a 2014 e foi deputado federal entre 2007 e 2011. Por 12 anos, de 1994 a 2006, foi juiz federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Governador da Bahia desde 2015, Rui Costa foi escolhido para a Casa Civil. Além da passagem pelo governo baiano, ele já foi deputado federal, secretário da Casa Civil e de Relações Institucionais da Bahia e vereador de Salvador.
Para o Ministério das Relações Exteriores, Lula nomeou Mauro Vieira. Diplomata de carreira, ele esteve à frente do Palácio Itamaraty entre 2015 e 2016. Atualmente, é embaixador do Brasil na Croácia.
O anúncio dos futuros ministros ocorre antes do prazo previsto por Lula. O presidente eleito havia declarado que anunciaria os nomes apenas após a diplomação, marcada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para segunda-feira (12). No entanto, segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, há “muita especulação”, motivo pelo qual adiantaram alguns anúncios.
Somente futuros ministros “com quem ele já falou mais e já conversou” entraram na lista de nomes anunciados nesta sexta-feira. A presidente do PT não está cotada, como declarou Lula na semana passada. A parlamentar vai continuar na presidência do partido.
Repetindo a fórmula de seus governos anteriores, o presidente eleito anunciou que o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro, um civil, vai comandar o Ministério da Defesa a partir de janeiro de 2023.
Múcio também foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais entre 2007 e 2009, durante o segundo mandato de Lula na Presidência da República. Também foi deputado federal por Pernambuco por cinco mandatos, de 1991 a 2007.
Como mostrou a colunista do R7 e apresentadora da Record TV Christina Lemos, a escolha de Múcio busca “retomar a institucionalidade nas relações” com os militares, segundo uma fonte próxima a ambos.
Lula havia sinalizado anteriormente que os comandantes das Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – seriam os oficiais mais antigos de cada Força, como prevê a tradição militar. São cotados o general Julio Cesar de Arruda para o Exército; o almirante Renato Rodrigues Aguiar Freire, na Marinha, e o brigadeiro Marcelo Damasceno, na Aeronáutica. O presidente eleito vai se reunir, na tarde desta sexta-feira (9), com José Múcio para debater os nomes.