Com lançamento previsto para o dia 23 deste mês em Brasil e depois na Argentina e no México, o livro O lado sujo do futebol – a trama de propinas, negociatas e traições que abalou o esporte mais popular do mundo (Editora Planeta) aprofunda ainda mais a série de reportagens da TV Record que atingiram em cheio as estruturas de poder da CBF e fizeram emergir os escândalos nos tempos em que a principal entidade do futebol brasileiro era comandada por Ricardo Teixeira. As denúncias contribuíram para precipitar a renúncia de Teixeira.
O livro, de autoria dos repórteres Amaury Ribeiro Jr., Luiz Carlos Azenha, Leandro Cipoloni e Tony Chastinet traz detalhes das manobras de Teixeira e um grupo formado por ele às vésperas da Copa do Mundo de 1994 até a Copa atual. Um dos episódios mais polêmicos é sobre o acidente, na madrugada de 13 de outubro de 1995, uma sexta-feira, que vitimou a jovem Adriane de Almeida Cabete, de 23 anos. Após perder a direção do carro ela caiu num lago que ficava ao lado da rodovia Florida Turnpike, no Estado da Florida, nos Estados Unidos, e morreu afogada.
Em círculos íntimos, Adriane foi apontada como amante de Ricardo Teixeira. Adriane era amiga de Lorice Sad Avuzaid, funcionária de Wágner José Abrahão, empresário de turismo e parceiro de Ricardo Teixeira em alguns negócios, como a comercialização de pacotes e operações de turismo para as Copas do Mundo de 1994, 1998 e até de 2014.
Na investigação, os repórteres vão até o local do acidente e ouvem testemunhas. Também coletam documentos em juntas comerciais e obtêm os depoimentos da CPI da Nike, em 2000, para colocar sob suspeita diversos negócios imobiliários de Teixeira, que teria adquirido mansões subfaturadas em Miami, cidade que pela localização torna mais fácil a remessa de dinheiro para paraísos fiscais.
