Jovens denunciam agressão de policiais durante caça a pokémons – Veja vídeo

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Keka Werneck/GD


Dois jovens, de 19 anos, amigos, saíram de casa, de madrugada, para caçar pokémons – Pokémon Go – e acabaram sendo abordados de forma truculenta por dois policiais, como mostra o vídeo abaixo.

A abordagem se deu em frente à Gerencia de Combate ao Crime Organizado (GCCO), no bairro Jardim das Américas.

Os jovens foram xingados de fdp e de “viadinhos”.

A mãe de um deles, Imar Queiroz, que é professora universitária, afirma que o filho dela levou também um chute e houve disparo de tiro para o alto. “Claro que essa parte eles cortaram”, revolta-se. “Ainda bem que o policial que chutou meu filho é o que estava de chinelo, dá para ver no vídeo o calçado dele”.

Criticando a atuação dos policiais, ela registrou o caso na Central de Ocorrências, no Centro de Cuiabá, na noite de terça, e na tarde desta quarta-feira (10) vai denunciá-los na Corregedoria e na Ouvidoria da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

Imar, que é justamente pesquisadora do Núcleo Interinstitucional de Estudos da Violência e Cidadania (NIEVCi) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), diz que, ao registrar essas denúncias, não toma uma postura de alguém que está agindo apenas quando este tipo de violência afeta seu filho da classe média.

“Como pesquisadora, venho denunciando que isso ocorre, principalmente na periferia e que a Polícia não tem a prerrogativa de tratar ninguém desta forma, nem mesmo bandidos”, ressalta. “Um dos motivos dos policiais agirem com truculência é que têm aval da própria sociedade e de parte da mídia”.

A professora comenta que a abordagem policial foi também homofóbica e que a homossexualidade não pode mais ser motivo de xingamento.

Sobre o fato dos rapazes estarem na rua, de madrugada, por causa de um jogo virtual, ela alega que isso não vem ao caso, defendendo o direito constitucional de ir e vir.

Destaca ainda que este jogo tem tirado jovens que só ficavam em frente do computador de dentro de casa para as ruas, os colocando a mercê de violências, como roubo de celular. “Mas nunca pensei que essa violência poderia vir dos próprios policiais”, comenta.

A professora explica que se indignou ainda mais com o caso quando o vídeo viralizou. “Como assim eles, os próprios agressores, divulgaram isso? Por que?” – questiona, vendo total inversão de valores.

Segundo ela, esse tipo de coisa não pode ser naturalizada, porque assim o nazismo por exemplo foi fomentado.

O GCCO não comentou o caso.

A Assessoria de Imprensa da Polícia Judiciária Civil informou que a Corregedoria já está em posse do vídeo e vai tomar as providências cabíveis.

Veja o vídeo 

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