João Arcanjo Ribeiro volta para a cadeia por voltar a movimentar o jogo do bicho

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Redação 24 Horas News 

A residência de João Arcanjo, que já teria sido levado para as dependências da Polícia Judiciária Estadual continua cercada pela polícia e é intensa a movimentação no local. O advogado de Arcanjo já está na residência, acompanhando o trabalho de buscas.













O ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, rei do jogo do bicho em Mato Grosso e que passou 15 anos nas prisões de Mato Grosso e federais voltou para a cadeia nas primeiras horas desta quarta-feira. Seu genro Giovanni Zem Rodrigues e mais 31 pessoas estão sendo presas nesta manhã em operação Manthus, realizada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado Gaeco em conjunto com a Polícia Federal. A prisão é por suposta volta da movimentação do jogo do bicho em Cuiabá e várias cidades do Estado.

João Arcanjo Ribeiro estava dormindo em sua mansão no bairro Boa Esperança, em Cuiabá, quando foi surpreendido pela chegada de várias viaturas militares que cercaram todo o quarteirão. Acordado ele recebeu voz de prisão. Em revista a sua casa, agentes federais e militares iniciaram a procura de provas contra o bicheiro. Foram encontrados R$ 300 mil, que o bicheiro não informou a procedência.

A residência de João Arcanjo, que já teria sido levado para as dependências da Polícia Judiciária Estadual continua cercada pela polícia e é intensa a movimentação no local. O advogado de Arcanjo já está na residência, acompanhando o trabalho de buscas.

Estão sendo cumpridos 63 mandados judiciais sendo 33 de prisão e 30 de busca e apreensão, expedidos pelo juiz Jorge Luiz Tadeus, da 7ª Vara Criminal.

Os envolvidos são acusados de lavagem de dinheiro com a contravenção penal, neste caso o jogo do bicho.

 As ordens judiciais são cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande, em mais 5 cidades do interior do Estado e no aeroporto de Guarulhos com apoio da Polícia Federal.

Investigações

As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.

 Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.

 João Arcanjo Ribeiro, conhecido como “Comendador”, é acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso, nas décadas de 80 e 90, sendo o maior “bicheiro” do Estado, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de Reais em impostos, entre outros crimes.

 Arca de Noé

No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação da Polícia Federal, Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido pelos crimes de contravenção penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio. A prisão do bicheiro foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai. Arcanjo conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018, após 15 anos preso.

Operação Sodoma

 O empresário Frederico Müller Coutinho é um dos delatores da Operação Sodoma, que investigou fraudes que resultaram na prisão do ex-governador Silval Barbosa. Müller trocava cheques no esquema e chegou a passar dinheiro para o então braço direito do ex-governador. Os cheques teriam sido emitidos como parte de um suposto acordo de pagamento de propina ao grupo político do ex-governador.

Durante as investigações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.

Dinheiro no exterior

Os investigadores também identificaram remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. Foram decretados os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.

Os suspeitos vão responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.

O delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Flávio Stringueta, cita a integração entre a GCCO e a Defaz como um dos pontos principais para o êxito das investigações. “Em especial, dos Núcleos de Inteligência, que desempenharam um trabalho de excelência, sob a coordenação do delegado Luiz Henrique Damasceno”, destacou.

Para o delegado, Luiz Henrique Damasceno, um dos coordenadores das investigações, a ação demonstra o trabalho qualificado da Polícia Civil. que por meio do uso do Laboratório de Dinheiro, visou atacar principalmente o aspecto financeiro das organizações crimimosa.

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