.Joel Santana e o Botafogo. Nascidos um para o outro

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O Botafogo demitiu Estevam Soares e não perdeu tempo: contratou Joel Santana.

Por um ano.

É o retorno do técnico que quase chegou à Copa do Mundo dirigindo a África do Sul.

Desde a sua demissão, ele esteve com um pé no Fluminense.

A arrancada absurda puxada por Fred evitou que assumisse o cargo de Cuca.

Esteve com um pé e meio no Vasco.

A ala mais ‘progressista’ que sustenta o presidente Roberto Dinamite quis seguir na linha de um treinador jovem, do estilo de Dorival Júnior

E o cargo caiu no colo de Mancini, mais pela certidão de identidade do que os últimos trabalhos no Santo e no Vitória.

Joel Santana e sua famosa prancheta.

Ele caiu no gosto dos dirigentes dos clubes cariocas porque os jogadores o amam.

E têm razão de amar.

Nada de bronca, cobrança violenta, multa.

Joel é o principal adepto do País do ‘carinho’.

Ele entende que jogador de futebol tem de ser valorizado, adulado, empurrado para frente.

Mesmo que o seu potencial seja menos do que o limitado.

Muitas vezes isso dá certo.

Outras vezes, não.

Ele teve uma passagem fulminante no Corinthians.

Não conseguiu o mínimo sucesso.

E ainda reclamou que ‘paulista é um povo sério, fechado demais’.

Isso porque Joel merece o apelido de ‘paizão’.

Adora brincar com os jogadores, dirigentes e jornalistas.

Os repórteres paulistas da época, 1997, não entenderam.

Inclusive o dono do blog.

E ele durou menos de seis meses.

Os dirigentes mais modernos acreditam que o estilo de Joel está ultrapassado.

Seus treinamentos nunca foram puxados.

Com os jogadores estafados.

Muito pelo contrário.

Para ele a conversa é tão importante quanto o treinamento, os coletivos.

Já fez trabalhos incríveis assim.

Como salvar o Flamengo do rebaixamento em 2007 e ainda o classificando para a Libertadores.

Foi campeão brasileiro uma vez, com o Vasco da Gama contra o São Caetano.

Em compensação, ele é o rei dos Cariocas.

Ganhou seis vezes o título estadual.

Aos 61 anos, Joel chega ao Botafogo para fazer o que melhor aprendeu.

A diretoria não está preocupada com modernidade, palestras em 3 D.

Quer ver o time sobreviver.

Joel já sabe que estratégia adotará.

Irá recolher os cacos e conversar, conversar, conversar.

E inflar egos inseguros, descrentes do próprio futebol.

Essa é a principal arma do Titio Joel.

Ele brinca sempre dizendo que seu gênio alegre se deve à data de nascimento.

Joel  tem Natalino como seu segundo nome.

Ele, que nasceu no dia 25 de dezembro, acabou ganhando com um mês de atraso o presente que sonhava.

Um clube carioca mergulhado na crise;

Pois bem: a diversão será boa.

Bom proveito, Joel…

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