Júlio César tem a chance que o destino negou a Barbosa.

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 Os dois falharam em jogos que custaram a eliminação do Brasil na Copa. Mas Júlio, que pensou em parar de jogar, teve mais sorte. E é o titular de Felipão. Para a Copa de 2014…

1ae39 Júlio César tem a chance que o destino negou a Barbosa. Os dois falharam em jogos que custaram a eliminação do Brasil na Copa. Mas Júlio, que pensou em parar de jogar, teve mais sorte. E é o titular de Felipão. Para a Copa de 2014...
Belo Horizonte…

O Brasil é a única seleção da elite do mundo a ter um goleiro rebaixado.

E que procura clube.

Que dentro do campo não conseguiu evitar que seu time fosse à Segunda Divisão.

O Queens Park Rangers foi o último colocado do Campeonato Inglês.

O time de Júlio César sofreu 60 gols em 38 partidas.

Sim, 60 gols.

Mas quando Scolari voltou à seleção em novembro de 2012 tinha uma certeza.

Júlio seria o seu goleiro titular.

Não fez como Mano Menezes.

O antigo treinador não queria o goleiro que fracassou na África.

Até o testou, mas não sentiu confiança.

Na sua visão, as falhas contra a Holanda haviam provocado um grande estrago.

Júlio César havia perdido a autoestima.

Cada partida na seleção exigia dele uma grande dose de tensão, adrenalina.

Medo que as falhas se repetissem.

Mano virou as costas a ele e continuou sua busca sem fim.

Chamou 12 goleiros, foi demitido e o técnico ainda não tinha o seu titular.

Mano tinha na lembrança o melhor goleiro do mundo.

Tão confiante que beirava a arrogância.

Era assim que esperava Júlio César.

Mas ele o encontrou diferente.

Quieto demais na concentração.

Quase envergonhado.

Era o reflexo claro do que havia se passado na África.

Ele estava mudado.

Não seria o líder que Mano precisava.

E foi esquecido.

Se tivesse um pouco mais de interesse, iria descobrir o segredo de Júlio César.

“Um ou dois dias depois do jogo contra a Holanda, pensei em parar de jogar.

Mas foi uma coisa de cabeça quente.

Pensava: “Por que fomos eliminados?”

1afp8 Júlio César tem a chance que o destino negou a Barbosa. Os dois falharam em jogos que custaram a eliminação do Brasil na Copa. Mas Júlio, que pensou em parar de jogar, teve mais sorte. E é o titular de Felipão. Para a Copa de 2014...

Buscou força nos amigos e nos parentes.

Mas caiu em total descrédito.

Nas férias no Brasil, evitava multidões.

Foi liberado pela direção da Inter de Milão, sem o menor drama de consciência.

Estava longe de ser o melhor goleiro do mundo, o que orgulhava os milaneses.

Sentiu que era rotulado de acabado para atuar na elite.

Os grandes clubes europeus vivaram as costas para ele.

Assim como os médios.

Apenas o QPR lhe deu oportunidade.

E ele foi para o time pequeno inglês.

Sabia que iria passar o diabo.

E passou mesmo.

A equipe foi rebaixada.

O time tomou 60 gols.

Mas Júlio César foi muito bem.

A ponto de despertar o interesse da Roma.

A negociação está bastante avançada.

Felipão quis esse jogador de pele curtida, sofrido.

Carlos Pracidelli o ajudou na análise dos goleiros brasileiros.

Não havia jeito.

Júlio César ainda era o melhor de todos.

Felipão teve uma conversa surpreendente com o goleiro.

O treinador foi claro.

Sabia que o goleiro ainda se sentia culpado pela eliminação em 2010.

Pior, não se perdoava.

Foi quando o treinador falou o quanto confiava nele.

E que o via como o titular da Copa do Mundo.

Foi o mesmo estilo de conversa que teve com Marcos para a Copa de 2002.

Júlio ficou muito emocionado e disse que não decepcionaria.

E passou a ter uma participação mais efetiva na seleção.

Assumiu a liderança do grupo.

Jogador mais velho da seleção, teria uma missão fundamental.

Coordenar a zaga brasileira.

Fazendo o que faltou naquela fatídica partida contra a Holanda.

Júlio César tem de falar, gritar, cobrar aos gritos os companheiros.

Em toda bola levantada para a área brasileira, vem a lembrança.

O choque com Felipe Melo, a bola entrando no gol.

Por isso os gritos com Thiago Silva, David Luiz, Luís Gustavo.

“Nós estamos em um bom caminho.

Mas muito abaixo do ideal.

Temos de trabalhar ainda muito.”

Júlio César virou homem de confiança de Felipão.

O goleiro sabe.

A falha que teve na África poderia ter acabado com sua carreira.

Muita gente que o viu chorar após jogar contra os holandeses tinha certeza.

Ele não jogaria pela seleção novamente.

Nem Júlio César acreditava.

Havia dito a amigos que a Copa da África o marcaria para sempre.

Passaria a ser uma espécie de Barbosa 60 anos depois.

Mas teve a sorte de o País não produzir um grande goleiro desde 2010.

Dos que surgiram, ele é o melhor.

E mais experiente para Felipão.

A sorte sorriu de novo para Júlio César.

Jogou em uma defesa que tomou 60 gols.

E mesmo assim está para fechar com a Roma.

Mais centrado, menos egocêntrico, ele se mostra mais maduro.

Preparado para as muitas cobranças.

Porque mais do que ninguém, sabe.

Todo o time pode falhar.

Menos ele.

Sua cota de erros já acabou.

Em 2010, na África do Sul.

“Tem um filme do Rocky em que ele fala para o filho.

A vida não é um arco-íris. Às vezes você vai apanhar.

Eu me apeguei nessa frase para minha carreira.

Foi onde busquei forças.

Ficou muito forte na minha cabeça a eliminação na Copa.

Estou superando ainda.

Eu me apego muito ao Robben também.

Veio de situação parecida.

Perdeu duas Champions, perdeu pênalti, esse ano fez o gol do título.”

Tudo isso foi importante.

Não mais do que sofreu no QPR, a conversa com Felipão.

Ou o dia em que pensou em abandonar o futebol.

Júlio César vive e age como se fosse um sobrevivente.

E realmente é.

Está tendo a segunda chance no gol da seleção.

Ganhou o presente que Barbosa desejou até o final da vida.

Que aproveite bem…
3reproducao9 Júlio César tem a chance que o destino negou a Barbosa. Os dois falharam em jogos que custaram a eliminação do Brasil na Copa. Mas Júlio, que pensou em parar de jogar, teve mais sorte. E é o titular de Felipão. Para a Copa de 2014...

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