A carreira de Jamelli como treinador começou mal. Logo no primeiro emprego, no Marcílio Dias, de Santa Catarina, ele não conseguiu vencer e foi demitido nesta sexta-feira (3). Em entrevista na segunda-feira (30), ele ainda acreditava que poderia dar a volta por cima no comando da equipe, que amarga a lanterna do Estadual, mas parecia saber que o emprego estava por um fio.
– Acho que posso acrescentar muito, até pelas experiências que passei. Estamos com um pouco de dificuldade no começo do Campeonato, o time não está conseguindo os resultados que a gente quer mas tenho certeza de que o trabalho vai dar resultado.
No clube desde outubro do ano passado, Jamelli tinha contrato até o final do Catarinense. A derrota por 2 a 0, em casa, para a Chapecoense, na quarta-feira (1º), fez a diretoria encerrar o vínculo com o treinador bem antes do combinado. Apesar de ter montado o elenco do Marcílio com jogadores experientes, com passagens por grandes clubes brasileiros, o treinador conseguiu apenas um ponto no campeonato. Perdeu três dos quatro jogos, mas se dizia orgulhoso das contratações que fez.
– Jogadores como o Rodrigo, André Neles, Jorginho Paulista não viriam para cá se não fosse o conhecimento de ter trabalhado junto comigo. Isso facilitou na contratação, se o Marcílio os procurasse direto acho que eles não viriam.
Jamelli talvez não estivesse preparado para mudar o rumo na carreira. Depois de se aposentar, ele foi gerente de futebol no Barueri, Coritiba e Santos, mas não teve sucesso em nenhum dos clubes. Saiu brigado dos últimos dois, seja com a diretoria ou com os jogadores. Mesmo assim, ele acredita que teve sucesso na antiga função.
– Resolvi mudar porque sempre quis fazer isso. Apareceu um pouco mais cedo do que eu imaginava, aqui no Marcílio Dias. Depois de ter uma carreira de sucesso como jogador e como gerente eu resolvi tentar seguir a carreira de treinador. Aqui a gente acaba tendo que fazer muitas coisas, porque é um time pequeno, com muitas dificuldades, principalmente financeiras. É mais complicado do que trabalhar em times grandes, mas a minha intenção é mesmo ficar como treinador.
Prevendo as dificuldades que teria que enfrentar em caso de nova derrota, o ex-atacante, que se consagrou no São Paulo, já falava sobre as dificuldades da vida de técnico.
– Você faz um trabalho bem feito, monta o time, mas se perde duas partidas seguidas você já não presta, já tem vontade de trocar. No Brasil isso acontece tanto no time mais forte quanto no mais fraco, acontece sempre essa incerteza. Acho que teria que mudar essa mentalidade, às vezes o culpado não é o treinador, mas sim uma série de resultados, jogadores que não encaixam. O clube fica desesperado e às vezes faz alguma loucura que depois se arrepende.
No caso do Marcílio, demitir Jamelli foi a melhor solução para tentar reerguer o elenco. Outro integrante da comissão técnica deve assumir a equipe, que entra em campo neste sábado (4), para enfrentar o Criciúma, fora de casa.