O presidente do sindicato dos Investigadores da Polícia Civil e Agentes Prisionais (Siagespoc), Cledison Gonçalves, ingressou com uma ação na Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá para fechar as delegacias com menos de cinco policiais. Caso a medida seja acatada, 37 delegacia deixarão de funcionar. No pedido, o sindicato cobra que sejam tomadas providências em até 90 dias pelo secretário de Segurança Pública, Diógenes Curado. Caso contrário, o Estado terá que arcar com multa de R$ 10 mil ao dia.
Cledison alega que o governo não demostra preocupação com a segurança e que a categoria é tratada com descaso. Segundo o sindicato, há delegacias funcionando com menos de dois policiais, sendo que em alguns plantões apenas um agente é responsável pelo serviço. “Somos verdadeiros escravos. Trabalhamos com carga horária desumana e somos obrigados a dobrar os plantões, trabalhando diuturnamente para suprir a falta de efetivo”, diz um trecho da ação.
O presidente do sindicato também aponta que em 2003 o então governador Blairo Maggi (PR), hoje senador, publicou no Diário Oficial a lei que sancionava o número de policiais civis no Estado. Na época havia 400 delegados, 1,2 mil escrivãos e 4 mil agentes. O efetivo teve queda significante com exonerações, aposentadorias, mortes e afastamentos.
Mais de 200 investigadores pediram aposentadoria entre 2009 e 2010, porém o último concurso público do Estado abriu apenas 60 vagas. Este ano, mais 150 agentes devem ingressar com pedido de aposentadoria.
Procurado , Diógenes disse que aguarda a decisão judicial para analisar as medidas que serão tomadas. "O Estado já vem realizando concurso e estamos treinando os aprovados. Avalio que se o sindicato insistir com estas ações, as coisas vão piorar para os cidadãos", diz o secretário.