Um incêndio de grandes proporções já destruiu, pelo menos, seis serrarias em Marcelândia . O fogo começou ontem, no lixão da cidade, já atingiu residências e se alastra em direção a outros bairros.
As chamas que aterrorizam os moradores “entraram” noite a dentro e serão combatidas nesta 5ª feira de manhã por dois aviões enviados pelo Governo e que têm capacidade para jogar 4,5 mil litros de água.
O socorro chegou tarde (o fogo começou a ganhar grande proporção por volta das 12h), mas é indispensável porque o saldo do incêndio é considerado arrasador: pelo menos 15 madeireiras atingidas – maioria foi destruída totalmente. Outras tiveram parte da estrutura atingida.
São cerca de 60 casas que também foram completamente destruídas. Um bar e uma mercearia também foram destruídos.
As primeiras equipes dos bombeiros e defesa civil chegaram ontem à tarde a Marcelândia. Um helicóptero está dando apoio. Os oficiais sobrevoaram a área e repassaram informações para a Casa Militar do Governo Estadual, que definiu a operação emergencial.
“Montamos uma estrutura inicial de combate, orientando a população, atendendo prioridades. As chamas ainda estão destruindo e a situação continua crítica. Estamos fazendo combate efetivo ao fogo e trabalho preventivo. Mas, ainda não temos em levantamento exato da área destruída. Mas é grande”, afirmou o major Aluizio Metelo Junior, do Corpo Bombeiros, que está em Marcelândia.
As imagens são semelhantes a de um filme de terror. A destruição deixou rastro quilométricos. O fogo começou no lixão, perto do setor industrial e passou para algumas áreas rurais. O vento forte fez as chamas se espalharem e atingiram um barracão de madeireira passando para a primeira colônia (conjunto de casas de madeiras usadas pelos funcionários).
As madeireiras e casas ficavam próximas uma das outras. As chamas altas e o vento forte fizeram com que, cada vez mais, o fogo aumentasse, causando muito mais destruição e desespero.
Marcelândia não tem Corpo de Bombeiros. Mas, sua gente, tem muita solidariedade. Não demorou muito para que dezenas de pessoas passassem a ajudar os que estavam na “linha do fogo”. Móveis, roupas, comida e demais pertences eram retirados das casas e colocados no outro lado da rua. Pás carregadeiras arrastavam madeira e toras que estavam nos pátios de outras madeireiras.
Parte dos maquinários também foi salva. Mas, com o avanço rápido do jogo, pouco foi salvo. Alguns poucos tanques, rebocados com tratores e com bombas, jogavam pequena quantidade de água. A rede elétrica foi desligada para evitar mais problemas.
O desespero tomava conta de empresários, funcionários, mulheres, crianças. 84 foram encaminhadas para o hospital municipal, com intoxicação da forte fumaça e alguns com queimaduras. Cerca de 14 ainda permancem hospitalizadas para terem outros cuidados. Nenhuma corre risco de morte.
Mais de 100 pessoas desabrigadas foram levadas para escolas municipais e salão paroquial da Igreja Católica, onde ficarão nos próximos dias. Precisam de roupas e comida. Posteriormente, contarão com solidariedade para ganharem alguns móveis e recomeçarem a vida.
Ainda não é possível calcular o prejuízo com a destruição das madeireiras. Nesta 5ª, após os focos serem debelados, é que começa ser feito levantamento. A tragédia terá forte impacto na economia de Marcelândia, que tem a atividade florestal como um dos fortes pilares.
Operação
As equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Sinop já se deslocaram para Marcelândia. A primeira equipe saiu de Sinop no mesmo horário que o comando do Batalhão BM-MT tomou conhecimento da ocorrência. A outra equipe que estava em Feliz Natal também foi deslocada para Marcelândia.
O governo já autorizou o uso de aeronaves. Um helicóptero, do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ceoper) já está no local e três aeronaves de combate a incêndio também serão enviadas.
O superintendente da Defesa Civil de Mato Grosso, major BM Agnaldo Pereira disse que o BBM de Sinop recebeu a informação do incêndio em Marcelância por volta das 14 horas. De acordo com relatório recebido, o incêndio teve origem em um lixão da cidade e se propagou pela área rural e chegou até a área urbana, no setor industrial da cidade, queimando madeireiras.
Segundo o Major BM Agnaldo Pereira, a viatura que se deslocou para a cidade de Marcelândia com abafadores, bombas costais e produtos químicos de combate a incêndio. Mas o objetivo maior é que os homens do Bombeiro, com sua experiência e treinamento, coordene os trabalhos e consiga controlar e combater o incêndio o quanto antes.
Em Marcelândia, um carro-pipa da prefeitura já está sendo usado. O superintendente disse que, para alívio geral, não foi registrado nenhuma vítima