Homero é o único do alto clero da bancada de MT na Câmara Federal

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Dos oito federais mato-grossenses, o pecuarista Homero Pereira (PR) é o único considerado do alto clero na Câmara dos Deputados.

     Três estão num nível intermediário e, os demais, classificados como sendo do baixo clero. Já no Senado, os três da bancada do Estado – Jayme Campos (DEM), Blairo Maggi (PR) e Pedro Taques (PDT) -, possuem influência nas questões nacionais e atuação de destaque.

     Baixo clero é o termo que se convencionou utilizar para identificar os parlamentares que não possuem grande influência no Congresso Nacional, ocupam pouco ou quase nunca a tribuna, não têm articulação no plenário e não estão inseridos nos debates dos temas nacionais. Quando muito atuam em matérias muito localizadas, específicas de seus Estados. É uma alusão à hierarquia entre os cardeais da Igreja Católica.

     Homero é tido como de alto clero porque tem atuação forte. É vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, membro da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e um interlocutor dos ruralistas com o governo federal e outras correntes dentro e fora da Câmara. Tem forte presença em plenário e se articula nos debates de temas nacionais. É um dos articuladores do Código Florestal e tem liderado manifestações de produtores em Brasília.

     A sua atuação, ao contrário do que se pensa, não se restringe à pauta dos grandes produtores rurais. Homero pode ser considerado o “herdeiro” do ex-senador Jonas Pinheiro (já falecido) no meio rural, atuando também em defesa dos pequenos e médios. Seu foco também está no meio ambiente, sendo membro da Comissão, e na logística de transporte. Ele é presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem.

    Carlos Bezerra (PMDB), Júlio Campos (DEM) e Wellington Fagundes são podem ser considerados de “nível intermediário”. Os dois primeiros nem tanto pelas suas atuações recentes, mas mais por suas histórias no Congresso Nacional. Ambos foram deputados federais, governadores e senadores e nessa condição ainda mantêm nome e respeito na Câmara e no Senado.

    Bezerra chegou a ser um dos deputados e senadores mais influentes no Congresso Nacional em legislaturas passadas. Foi, por exemplo, presidente da Comissão Mista do Orçamento, cargo que exerceu num dos momentos de crise no Legislativo. Como uma das principais lideranças nacionais do PMDB no passado, exerceu influência dentro e fora do Congresso nos períodos dos 4 últimos governos. Hoje o peemedebista tem sua atuação praticamente restrita aos pleitos estaduais e é titular da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania. 

    Júlio teve trajetória parecida, só que no campo oposto do espectro político-ideológico, sendo muito influente como deputado federal no período final da ditadura militar e como governador, inclusive um dos poucos aliados dos generais. Como senador, logo em seguida, recuperou sua atuação de destaque, chegando até a ser membro da Mesa Diretora. Hoje ele é o presidente da Frente Parlamentar Mista dos Municípios e de Apoio aos Prefeitos e Vice-prefeitos do Brasil e membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e da Comissão de Segurança Pública.

     Wellington é membro da Comissão de Viação e Transportes e também um dos interlocutores com o Executivo e outras forças políticas dentro e fora do Congresso. Mas tem pouca atuação em plenário e nos bastidores e não está muito inserido nos grandes temas nacionais. Recentemente o republicado foi relator da Medida Provisória 513, uma das mais polêmicas, envolvendo cinco assuntos totalmente distintos. Sua habilidade permitiu conduzir a MP para a aprovação e ainda inseriu itens que favorecem a infraestrutura de Mato Grosso. Ele é o líder da bancada do Estado, condição que alça à articulação junto à Mesa Diretora do Congresso e ao Executivo.

     Baixo clero

    Os deputados que figuram como baixo clero são Valtenir Pereira (PSB), Ságuas Moraes (PT), Roberto Dorner e Neri Geller (ambos do PP). Sobre estes três últimos conta a justificativa de serem novatos e exercerem o mandato com segurança limitada, já que a qualquer momento podem ficar fora. Ságuas vive a ameaça de perder a cadeira para Nilson Leitão (PSDB), que, com a decisão do Supremo Tribunal Federal de validar a Lei da Ficha Limpa só a partir das eleições de 2012, incluindo nos cálculos os votos sub judice, passa a ter direito à vaga. Dorner substitui Pedro Henry e, Geller, Eliene Lima.

    Independente da condição de suplentes e da pendência jurídica, os três têm atuação ainda que tímidas nas demandas de Mato Grosso e nas comissões. Dorner é titular da Comissão Desenvolvimento Urbano; Geller, da Comissão da Amazônia Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional; enquanto Ságuas é titular da Comissão de Educação e Cultura; e Legislação Participativa.

    Valtenir, por sua vez, é, entre os quatro, o deputado que mais se movimenta na Câmara. Em seu segundo mandato e com desenvoltura na esfera do Executivo, se sobressai nas articulações em favor do Estado. Mas está praticamente limitado a isso, sem grande inserção nas questões nacionais, com quase nenhuma vivência de plenário e de pouco debate. Ele é membro-titular das Comissões Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional e da Comissão Especial da Reforma Política.

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