Homens podem ter sêmen sem espermatozoides. Saiba mais sobre infertilidade!

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A gravidez costuma ser um desejo para muitos casais. A escolha do nome, os planos com a criança, a primeira roupa, o primeiro berço. O problema é que, para alguns, esse sonho nunca se tornará realidade. Depois de muitas tentativas e nada da gravidez acontecer vem o diagnóstico: o casal descobre que é infértil. Como homens e mulheres devem lidar, a partir de agora, com essa descoberta tão desagradável?

Uma vez diagnosticado o problema, tanto o homem quanto a mulher entram numa teia de ansiedade, medo e culpa. Essa aflição costuma acometer mais as mulheres, que sonham com a maternidade e sentem esse desejo ficar cada vez mais distante por conta da infertilidade descoberta em um dos cônjuges. No entanto, o problema é que a infertilidade é mais comum do que se imagina.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade atinge de 8% a 15% dos casais. Para a psicóloga clínica Liliana Seger, que escreveu sobre como casais podem encarar o problema no livro “Cadê você, bebê?” (Segmento Farma), a infertilidade, ao contrário do que muita gente pensa, não é um problema exclusivo da mulher, mas também do homem.

Segundo Liliana, que é colaboradora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), aproximadamente 35% dos casos envolvem fator feminino, 35% fator masculino e em 20% dos casos ambos apresentam dificuldades. Nos 10% restantes, a causa é indefinida.

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“Geralmente, as meninas crescem pensando em se tornarem mães brincando com bonecas num comportamento culturalmente reforçado. Para algumas, não conseguir engravidar está ligado a uma sensação de fracasso, de não fazer parte desse universo, de não ser mulher. Já os homens associam, por exemplo, o problema de fertilidade com desempenho sexual e se sentem menos viris”, explica.

A psicóloga observa que alguns médicos contribuem para que a mulher absorva, inicialmente, a culpa pelo fato de não conseguir engravidar. “É muito comum observar apenas as mulheres fazendo inúmeros exames e, só após muito tempo, resolvem pedir um espermograma para o homem”, questiona Liliana.

“No primeiro momento, o que ocorre na fase de tentativas de engravidar é que a maioria das mulheres fica totalmente voltada às mensagens do corpo. Ao se dar conta de que essas mensagens são negativas, ela é a primeira a sair correndo e procurar um médico. Por isso, quando o homem finalmente vai a uma consulta e o fator masculino é descoberto como causa da infertilidade, a mulher já passou por uma maratona de exames, fez vários tratamentos e viveu altos e baixos de esperanças e decepções”, reforça.

A reação à descoberta da infertilidade do casal é diferente. Homens, em geral, se “mostram” mais fortes, não porque não sintam a dor, mas porque acreditam que é esperado, em seu “papel de homem”, serem fortes. Desta forma, acabam mostrando para a parceira que vai dar tudo certo, que não vai ter problema, o que causa uma sensação muito ruim nas mulheres porque elas se sentem sozinhas.

“É como se o homem não entendesse a dor que isso causa. Uma das coisas que mais falo a eles é que ouçam e mostrem que realmente é um momento difícil. Minimizar só faz o efeito contrário. As mulheres querem simplesmente ser ouvidas e o problema dos homens é que, quando ouvem um problema, eles entendem que se espera deles uma resolução e não é nada disso”, completa Liliana.


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