Há 30 anos, Flamengo conquistava a América de forma ‘sangrenta’

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zico-450Arquivo/Agência Estado

Zico foi o grande astro da campanha do Flamengo no título


 

 

 

 
“Foi o gol que mais comemorei na minha vida”. A frase, dita por quem marcou 812 gols na carreira, retrata bem o que significou aquele dia 23 de novembro de 1981 para o Flamengo. Há exatos 30 anos, com dois gols de Zico, seu maior ídolo, o Rubro-Negro venceu o Cobreloa (CHI) por 2 a 0 e conquistou pela primeira e única vez a Copa Libertadores.

Para o feito, não bastou apenas a técnica daquele fabuloso time. Foi preciso suar sangue, literalmente. Isso porque o adversário abusou da violência nas três partidas, tornando a decisão do torneio dramática e emocionante.

Daí o desabafo de Zico, carrasco do Cobreloa na final. O Galinho havia marcado os dois gols no primeiro jogo, no Maracanã, vencido por 2 a 1 pelo Flamengo. No duelo de volta, em Santiago, o Cobreloa, debaixo de muita pancada, venceu por 1 a 0, forçando um terceiro jogo.

Na partida, Adílio e Lico deixaram o campo com cortes no rosto, sangrando muito, vítimas da deslealdade chilena. O segundo, inclusive, teve de ficar fora do terceiro confronto por conta dos ferimentos.

A partida decisiva do dia 23 de novembro ocorreu em campo neutro. O palco escolhido foi o estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai. Ali, o Flamengo mostrou novamente a técnica do time que havia sido campeão do Brasileiro no ano anterior e sua supremacia.

Novamente com dois gols de Zico, um em cada tempo, o time aplicou 2 a 0. O segundo tento do Galinho, em cobrança perfeita de falta, gerou o desabafo do agora treinador da seleção do Iraque. “Foi o gol que mais comemorei na minha vida”.

A partida, no entanto, esteve longe de ser tranquila. Até porque o Flamengo não fugiu da briga. Revoltado com a violência do zagueiro chileno Mario Soto, o técnico rubro-negro, Paulo Cesar Carpegiani, “inovou”.

Nos minutos finais, com o triunfo assegurado, chamou o atacante Anselmo, que estava no banco, e deu apenas uma instrução: “Entre em campo e dê um soco no Mario Soto”.

O reserva, que foi para o Uruguai as pressas para compor o banco com a ausência de Lico, atendeu ao pedido. Substituiu Nunes e sequer tocou na bola. Atingiu Souto com um cruzado no rosto, desencadeando uma briga generalizada. 

Foi expulso, ao lado do zagueiro chileno, e entrou para a história do Rubro-Negro como um dos heróis da conquista, que permitiu o título do Mundial, conquistado 20 dias depois, no Japão.

FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 2 X 0 COBRELOA


Local: Estádio Centenário, Montevidéu (URU)
Data: 23 de Novembro de 1981 (quarta-feira)
Árbitro: Cerullo (Uruguai)
GOLS: FLAMENGO: Zico, aos 18min do primeiro tempo e aos 39min do segundo tempo

FLAMENGO: Raul, Nei Dias, Marinho, Mozer e Júnior; Leandro, Andrade e Zico; Tita, Nunes (Anselmo) e Adílio
Técnico: Paulo César Carpeggiani

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