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O delegado Christian Cabral, da 2ª Delegacia de Polícia de Cuiabá, gravou um vídeo, que viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (30), como se fosse um anúncio publicitário, reclamando do governador Pedro Taques (PSDB), sem citar o nome dele, que não pagou a Revisão Geral Anual (RGA) de 11,28% aos servidores do Estado, alegando não ter recursos previstos para isso.
Os servidores estaduais estão em greve desde 21 de maio, reivindicando a RGA integral.
No vídeo, o delegado diz que gravou o vídeo sem ter “milhões de reais para gastar com publicidade”. Disse também que não tem “cara de pau” para pedir “a empresários amigos meus que venham aqui contar mentiras a fim de me promover”. Por isso, segundo ele, fez a simulação com internet própria, dentro do carro dele, em horário de folga.
No vídeo, ele usa inclusive o jargão “gravando!” ao iniciar o “anúncio publicitário”.
“Olá. Como você se sentiria se executasse um serviço para alguém e na hora de receber o seu pagamento esse alguém lhe dissesse que não havia se programando, que havia gastado com outras coisas e que não lhe pagaria o combinado”, diz o delegado.
“É assim que eu e quase 100 mil outras pessoas, que, como eu, são servidores públicos do Estado de Mato Grosso, estão se sentindo. Antes as coisas não eram assim, agora são. Mato Grosso, Estado de transformação”, ironiza.
“Mato Grosso, Estado de Tranformação” é o slogan da gestão de Taques.
O presidente do Sindicato dos Delegados de Mato Grosso (Sindepo), delegado Wagner Bassi, disse que não comentaria a iniciativa pessoal de Cabral e que não tem informações de outras.
Bassi explica que o Sindepo continua cobrando no Judiciário os 11,28% de RGA, apesar da categoria já ter saído da greve, mediante os ataques orquestrados por presidiários, como queimas de ônibus e disparos contra a residência de servidores da segurança pública.
Neste cenário de tensão, Bassi diz que a categoria avaliou ser melhor voltar ao trabalho, mas não aceita outro valor de RGA que não seja os 11,28%.
O Gabinete de Comunicação do Governo do Estado (Gcom) informou que, a princípio, também não vai comentar o vídeo, em nome do direito à manifestação de ideias.
Confira o vídeo em que o delegado faz o “anúncio publicitário”.
