Guedes diz que governo estuda reformular auxílio emergencial junto com substituto do Bolsa Família

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Eduardo Rodrigues e Lorenna Rodrigues

BRASÍLIA – O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou nesta quarta-feira, 5, que o governo avalia a reformulação do auxílio emergencial de R$ 600 pagos mensalmente a trabalhadores desempregados e informais, além de beneficiários do Bolsa Família, durante a pandemia de covid-19, junto com o Renda Brasil, o novo programa assistencial pensado pelo governo.

“Vamos estudar junto com o Congresso a reformulação do auxílio emergencial junto com a criação do Renda Brasil. Ainda temos pelo menos um, dois meses pela frente de dificuldades”, afirmou, em audiência pública na Comissão Mista Temporária da Reforma Tributária.

Como mostrou o Estadãoo governo estuda estender o auxílio emergencial até o fim de 2020. A ideia é que o benefício seja prorrogado até dezembro, mas o valor das próximas prestações (setembro, outubro, novembro e dezembro) deve ser menor do que os R$ 600. Ainda não foi batido o martelo, mas uma das opções é pagar R$ 200 nesses meses.

Desde o início do governo, a equipe econômica e a área social trabalham na criação de um novo programa de transferência de renda para deixar uma marca própria do governo Bolsonaro, já que o Bolsa Família está atrelado a gestões petistas.

O ministro da Economia, Paulo Guedes. © Dida Sampaio/Estadão O ministro da Economia, Paulo Guedes.


A ideia ganhou força após a criação do auxílio emergencial, benefício social concedido a 58,6 milhões de brasileiros. O lançamento do auxílio encorajou defensores de uma renda básica a engrossar o coro pela política.

O governo não deu detalhes dos possíveis beneficiados com o novo programa. Segundo Guedes, a ideia é ampliar a cobertura do Bolsa Família para incluir os informais, desempregados e autônomos que estão recebendo o auxílio emergencial.

Hoje, o Bolsa Família atende a 43,7 milhões famílias, mais de 20% da população. No entanto, especialistas defendem que um novo programa deveria ter como objetivo ampliar o público atendido para metade da população brasileira, já que a pobreza vai aumentar no Brasil pós-pandemia.

A ideia é fazer uma revisão dos gastos sociais considerados ineficientes pela equipe econômica. Na mira dos técnicos, estão gastos como abono salarial (benefício de um salário mínimo voltado para quem ganha até dois pisos, mas que acaba sendo recebido também por jovens de classe média em início de carreira), seguro-defeso (pago a pescadores artesanais no período de reprodução dos peixes, quando a pesca é proibida, mas com alto índice de irregularidades) e farmácia popular (é possível pegar remédio bancado pelo governo federal sem exigência de uma renda máxima).

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