A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da
Economia manteve a projeção para a queda da economia este ano e elevou a
estimativa para a inflação, por influência da alta nos preços dos alimentos. As
projeções estão no Boletim MacroFiscal divulgado hoje (15).
A estimativa para o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em
4,7%, em relação ao boletim divulgado em junho. O PIB é a soma de todos os bens
e serviços produzidos no país. “A atual estimativa para o PIB de 2020 foi
mantida em 4,7%, devido à melhora da projeção para o segundo semestre deste
ano.
Na projeção para o 3º trimestre, espera-se que a indústria,
agropecuária e comércio sejam os principais motores para a retomada. Na
estimativa do 4º trimestre, esperamos que o impulso para a recuperação virá
pela retomada mais vigorosa dos demais serviços, que foram duramente afetados
pela pandemia”, diz o boletim.
De acordo com o boletim, os indicadores do segundo trimestre
mostraram que os efeitos da pandemia sobre a economia brasileira foram “mais
intensos em abril, mês que registrou as mais fortes quedas na atividade dos
diversos setores”. “Entretanto, esses efeitos já foram parcialmente compensados
em maio, junho e julho, com a sinalização de uma recuperação moderada, ainda
que não homogênea. Com isso, apesar da grande incerteza ainda existente no
ambiente econômico, a confiança de empresários e consumidores tem voltado e
ampliado as perspectivas de recuperação no 2º semestre de 2020 e nos meses
seguintes”, acrescentou.
A projeção de queda do PIB para o terceiro trimestre de 2020
é de 4,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O resultado representa
uma variação de 7,3% em relação ao segundo trimestre de 2020. A projeção leva
em consideração os dados divulgados até o dia 08 de setembro, diz a SPE.
Para 2021, a estimativa de crescimento se manteve em 3,2%.
Já para 2023 e 2024, a projeção do crescimento é de 2,5%.
Inflação
A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) para 2020 é de 1,83%, acima da previsão de julho
(1,6%). “O principal responsável pela elevação da projeção é o preço de
alimentos. Observando a evolução do IPCA ao longo do ano, vemos que a inflação
acumulada em 12 meses do grupo Alimentação no Domicílio, após atingir um valor
mínimo de 5,06% em março, acelerou até alcançar 11,39% em agosto (último dado
disponível). Contudo, o comportamento das demais categorias de produtos continua
apresentando inflação estável e baixa (inclusive se comparada à meta de
inflação)”, diz o boletim.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deverá
encerrar este ano com variação de 2,35%. A previsão anterior era 2,09%. A
projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que
inclui também o setor atacadista, além do consumidor final, subiu de 6,58%, em
julho, para 13,02%.
Agência Brasil