GD
Pelo menos por enquanto o governo do Estado ainda não conseguiu convencer os representantes de classes que formam o Fórum Sindical a deixar para um outro momento o recebimento da reposição inflacionária – a Revisão Geral Anual (RGA) de 11,28% previsto para maio.
Em reunião fechada nesta quarta-feira (6) no auditório da Secretaria de Planejamento, o secretário de Gestão, Júlio Modesto, mostrou para o Fórum como está a situação financeira dos cofres do Estado.
Os dados apresentados relativos ao fluxo de caixa do mês de março deste ano mostram uma arrecadação de R$ 1.217,261,527 bilhão e despesas de R$ 1.385.680248, ou seja, o mês fechou com saldo negativo de R$ 168 milhões.
James Jaudy, analista regulador da Agência de Regulação de Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager/MT) aprovou a iniciativa de ‘escancarar’ a arrecadação e o gasto público, mas observa que houve confronto de números.
“Teve contestação do que é arrecadado e onde os valores estão sendo gastos. Iremos analisar os números. O próprio técnico reconheceu algo que não bateu e por isso solicitamos outras informações”, disse o analista.
Este é o terceiro encontro para discutir o pagamento do RGA. Jaudy adiantou que os servidores não irão abrir mão de receber a reposição inflacionária, garantida na Constituição Estadual. “Gostaríamos de sair daqui com a resposta de pagamento do RGA em 100%, mas ainda vamos conversar sobre o assunto”.
Já o sindicalista Gilmar Brunetto disse para a reportagem do Gazeta Digital que a reunião foi tensa e que as classes esperavam sim sair com um resultado positivo hoje.
O presidente do Sindicato dos Fiscais de Tributos Estaduais de Mato Grosso (Sindifisco), Ricardo Bertolini, sugeriu que o governador Pedro Taques (PSDB) cobre mais impostos do setor do agronegócio, a exemplo de pagamento de uma porcentagem do ICMS. Segundo ele, em Mato Grosso do Sul existe essa taxação.
Para o secretário Júlio Modesto as negociações não estão esgotadas e todas as possibilidades serão apresentadas aos servidores.
Ele lembra que a situação econômica do país está interferindo nas administrações de diversos estados do Brasil, impossibilitando honrar a folha de pagamento e aumento salariais.
O secretário de Gestão garante que o Estado “trabalha para alavancar a receita”, lembrando que o pagamento em dia no setor público é muito importante porque injeta no mercado R$ 700 milhões.
Uma outra reunião foi agendada para o final de abril ou início de maio, onde as partes esperam chegar a um acordo.