Foi um fracasso o primeiro jogo entre Guarani e Santos.
Poucas vezes na história uma decisão de Campeonato Paulista atraiu tão pouco.
A falta que Corinthians, São Paulo e Palmeiras fazem é incrível.
Marco Polo del Nero errou totalmente em forçar a partida no Morumbi.
Ele matou de vez a chance do time interiorano.
Em Campinas, jogando em casa, os comandados de Vadão poderiam impor maior resistência.
No campo neutro do São Paulo, não.
Qualquer criança de dez anteveria a situação.
Como anteviu a própria torcida do Guarani.
Ela não se mobilizou para vir a São Paulo.
Sabia que seu time não teria chance.
Não houve a empolgação que a endividada diretoria bugrina esperava.
Tanto que ter 55% dos ingressos do primeiro jogo foi um erro.
O Guarani teve de devolver 15 mil ingressos à FPF.
O torcedor santista também não ficou enlouquecido pelo jogo.
Sabia que o título estava garantido.
Ainda mais em duas partidas…
E preferiu poupar para o jogo contra o Bolívar pela Libertadores.
Apenas 40 mil pessoas foram ao Morumbi.
Os preços da decisão foram majorados.
Passaram para o mínimo de R$ 60,00.
Pouco mais de 62 mil ingressos foram colocados à venda.
As diretorias dos dois clubes não têm coragem.
Mas internamente culpam Marco Polo pelo fracasso financeiro da decisão.
O fracasso promete ficar pior.
Depois dos 3 a 0 do Santos, a torcida campineira não deverá ir ao Morumbi.
Não há sentido o Guarani ficar com uma carga de 45% dos novos 62 mil ingressos confeccionados.
Marco Polo se diz amarrado ao combinado e quer manter a divisão das entradas.
Aos santistas, 55% dos bilhetes.
Dado a inovações para chamar atenção à decisão, o presidente da FPF não sabe o que fazer.
O desinteresse dos jogos travou a sua imaginação.
A expectativa é que a segunda partida não tenha mais do que 40 mil torcedores.
Isso do ponto de vista dos otimistas.
O que não é o caso de executivos da tevê Globo.
Guarani e Santos significou 19,9 pontos de audiência.
Um fracasso para uma decisão.
Frustrante em todos os aspectos.
Com Neymar, Ganso & Cia.
A torcida era para que chegasse ao menos em 25 pontos.
Mas deu 2,1 pontos de audiência a menos do que a semifinal entre São Paulo e Santos.
Um desastre para os patrocinadores.
E também para o programa de Fausto Silva.
Os corintianos, os são paulinos e os palmeirenses nem quiseram saber do jogo.
Mesmo com Neymar.
Tudo o que é ruim, pode ficar pior.
A cúpula global espera menos audiência ainda na final.
Não há como o Guarani reverter os 3 a 0.
É uma equipe muito mais fraca do que a santista.
Não há expectativa, não há interesse do telespectador.
Quem for santista vai aplaudir a festa anunciada.
Aos outros torcedores não há nem o direito de torcer contra.
E eles devem preferir nem ver o jogo.
No Rio, o clássico entre Fluminense e Botafogo foi bem melhor.
Rendeu sólidos 28 pontos à Globo.
Mas não há alegria.
Em São Paulo, executivos da emissora carioca lamentam a ausência do Corinthians.
No Rio, a do Flamengo.
Em conversas informais, eles acreditam que tudo será mudado quando começar a 'espanholização'.
Ou seja, os clubes mais populares do Brasil ganharem mais dinheiro da Globo.
Assim como Real e Barcelona ganham na Espanha, daí o termo.
Com mais dinheiro a partir deste Brasileiro, a Globo tem a esperança de corintianos e flamenguistas montarão times melhores.
Possam participar de mais finais.
E render mais audiência à emissora.
Assim o preço pode ser aumentado dos patrocinadores.
Essa é a cruel equação.
Decisões como a de Santos e Guarani não servem para a Globo.
De fosse possível para a emissora, Corinthians e Flamengo decidiriam todas as competições.
Assim como a tevê espanhola torce sempre por Real Madrid contra Barcelona, os clubes a quem mais paga.
Daí o plano maquiavélico de espanholizar o futebol brasileiro…