Fla-Flu completa cem anos com freguesia dupla no clássico

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No dia 7 de julho de 1912, no charmoso estádio das Laranjeiras, Flamengo e Fluminense davam início para o que é, para muitos, o maior clássico do futebol brasileiro. Naquela tarde, a rivalidade se acirrou com a improvável vitória tricolor por 3 a 2. De lá para cá, dezenas de Fla-Flus históricos ocorreram e deixaram uma marca no confronto: a freguesia dupla.

Tanto tricolores quanto rubro-negros se consideram algozes. Nenhum lado ousa admitir que o rival leva vantagem. Cada um se agarra ao histórico do clássico para comprovar suas respectivas teorias.

O Fla-Flu deste domingo (8), no Engenhão, pelo Brasileirão, será o de número 381. Até o momento, o Flamengo tem ampla vantagem nos duelos, com 137 vitórias, contra 119 triunfos tricolores e 124 empates.

 


O fato, porém, não abala a torcida pó-de-arroz. Isso porque o Fluminense reverte com autoridade o quadro quando o assunto é decisão entre os clubes. Em 13 finais de campeonatos disputadas ao longo desses cem anos, o Tricolor venceu dez, sendo vice do rival apenas três vezes.

Andrade, meio-campista do Flamengo nas décadas de 1970 e 1980, participou de vários destes jogos. Ao R7, afirmou que venceu a maioria. Porém, perdeu alguns cruciais, como as finais do Carioca de 1983 e 1984. Ambas terminaram 1 a 0 para o Flu, as duas com gols de Assis, que recebeu a alcunha de “Carrasco do urubu”.

– Venci a maioria dos Fla-Flus, mas tenho algumas recordações amargas. Em 1983, no último lance, fomos surpreendidos. O árbitro deu um impedimento inexistente do Adílio. O Flu bateu rápido, o Delei achou o Assis e ele marcou. Aquilo me marcou.

O volante, contudo, esteve presente em um Fla-Flu que não valeu taça, mas ficou marcado três anos depois. Recuperado da grave lesão no joelho que sofreu em 1985, Zico retornou aos gramados em fevereiro de 1986. Ouviu coro de “bichado” por parte dos tricolores, mas marcou três gols na goleada por 4 a 1.

– O Zico estava em um daqueles dias inspirados. Teve uma volta de gala. Fez dois gols de falta, uma que eu sofri. Foi um dia muito especial principalmente na vida dele, retornando à nação e fazendo três gols.

Festa no Engenhão neste domingo

Neste domingo (8), às 16h, o Fla-Flu não valerá taça, mas estará cheio de atrativos. Na preliminar, Andrade reforçará um time rubro-negro formado por ex-jogadores e artistas para enfrentar um combinado tricolor da mesma forma, com Romerito confirmado. Depois, o flamenguista Dudu Nobre e o pó-de-arroz Toni Platão cantarão os respectivos hinos.

– O Fla-Flu é um clássico da paz, isso é muito importante para o futebol. Contra o Vasco, há algo mais acirrado. Sempre foi glória ou insucesso, confrontos entre torcidas com morte. Com o Fluminense tinha tudo para ser desse jeito e nunca foi. O Flamengo foi fundado pelo Fluminense, mas nunca houve briga em campo. Tem jogadores daquela época que viraram meus amigos, como o Duílio, Delei, Tato.

Ao citar que o Flamengo foi fundado pelo Fluminense, Andrade se remete ao fato ocorrido em 1912. Na ocasião, dez titulares do time campeão carioca pelo tricolor um ano antes se rebelaram contra a diretoria, deixaram as Laranjeiras e formaram o futebol rubro-negro. Até então, o clube da Gávea era apenas de regata.

No primeiro confronto contra os então reservas tricolores, veio a surpresa. Embora inferior tecnicamente, o Fluminense se impôs e venceu por 3 a 2. Nasceu, ali, a centenária rivalidade do clássico, eternizado desta forma pelo dramaturgo e tricolor fanático Nelson Rodrigues: “o Fla-Flu surgiu quarenta minutos antes do nada. E aí, as multidões despertaram”.

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