Fim do julgamento do Carandiru: mais 15 PMs são condenados

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Sentença da 4ª etapa do júri foi lida na tarde de hoje. Ao todo 73 policiais foram condenados

Do R7

juiz Rodrigo Tellini leu a sentença na tarde desta quarta-feira (2)Divulgação/Tribunal de Justiça de São Paulo

Quinze policiais militares do COE (Comando de Operações Especiais), acusados de atuar no quarto pavimento (3º andar) do Pavilhão 9 durante o massacre do Carandiru, foram condenados a 48 anos de prísão cada um, informou o Tribunal de Justiça de São Paulo.

Os réus poderão recorrer em liberdade.

Com a decisão termina, após praticamente um ano, o julgamento de um dos processos mais complexos de toda a história, com 75 volumes, dividido em quatro etapas, de acordo com a ação dos policiais e disposição dos presos, nos quatro andares do prédio do presídio.

Ao todo 73 PMs foram condenados.

A sentença foi lida, na tarde desta quarta-feira (2), pelo juiz Rodrigo Tellini. A pena foi a mais branda aplicada aos envolvidos na série de homicídios que deixou 111 mortos em 2 de outubro de 1992.

Os PMs julgados nesta etapa do júri eram acusados de matar oito detentos. A Promotoria, porém, pediu que os jurados desconsiderassem quatro homicídios cometidos com arma branca e duas tentativas da assassinato.

Outros júris

No dia 19 de março deste ano, a Justiça condenou dez policiais militares pela morte de oito detentos no 5º pavimento (4º andar) do Pavilhão 9 da antiga casa de detenção. Nove deles foram sentenciados a 96 anos de reclusão, cada um, e um décimo réu recebeu pena de 104 anos de prisão.

Em 2013, 21 anos após as 111 mortes no “massacre do Carandiru”, policiais militares foram levados a júri popular em dois momentos. Em abril, 26 foram julgados. Inicialmente, o grupo era responsabilizado pelo homicídio de 15 vítimas, mas duas foram desconsideradas. Depois de sete dias de júri, 23 réus foram sentenciados a 156 anos de prisão e três acabaram absolvidos. Os condenados receberam pena mínima de 12 anos por cada uma das mortes dos 13 detentos.

No mês de agosto, o 2º bloco do julgamento terminou com a condenação de outros 25 policiais militares a 624 anos de reclusão. Eles foram responsabilizados pela morte de 52 presos no terceiro pavimento do Pavilhão 9. Inicialmente, o grupo era julgado pelas mortes de 73 detentos, mas o Ministério Público pediu que 21 homicídios não fossem imputados aos militares. Nos dois casos, a defesa entrou com recurso.

Em 2001, o coronel Ubiratan Guimarães, que comandou a Tropa de Choque durante o episódio, foi condenado a 632 anos de prisão pela morte de 102 detentos. Mas em 2006, a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Guimarães morreu assassinado meses depois, naquele mesmo ano.

Em dezembro do ano passado, outro comandante da ação policial na Casa de Detenção de São Paulo, o coronel da reserva Luiz Nakaharada, morreu ao sofrer um ataque cardíaco. Ele era apontado como responsável por cinco das 78 mortes que aconteceram no segundo andar do complexo do Carandiru e teria um julgamento individual após as quatro primeiras fases do júri.

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