Os treinamentos podem ser os mais modernos.
Os médicos, fisiologistas, fisioterapeutas.
O esquema tático que fez o time campeão do mundo.
O potencial que o tornou estrela internacional.
Mas certas coisas não mudarão jamais no futebol.
O enigma Alexandre Pato escapa das mãos de Tite.
De Joaquim Grava.
De Fábio Mahseredjian.
De Bruno Maziotti.
Técnico, médico, preparador físico e fisioterapeuta se reuniram.
Conversaram muito sobre o atacante corintiano.
Viram que está tudo em ordem.
Mas qual é o motivo que continua afobado, tenso.
Perdendo gols inacreditáveis, jogos após jogos?
São Paulo, Boca Juniors, Santos, Goiás.
Sequência incrível.
Cara a cara com os goleiros adversários.
A afobação é nítida.
“Foi a bola do Brasileiro, ela é muito leve.
Vou deixar as pernas dos meus atacantes inchadas.
Eles precisam se acostumar com ela”, disse ontem Tite.
O técnico é muito discreto, elegante.
Faz tudo para proteger seus atletas.
Ainda mais um investimento de R$ 40 milhões.
Mas o problema de Alexandre Pato é mais prosaico.
E vem desde a Antiguidade.
Um período conturbado do seu relacionamento íntimo.
O que acontece fora do campo precisa ser preservado.
Desde que não influencie dentro dele.
E infelizmente não é o que acontece com Pato.
Com apenas 23 anos ele não tem o perfil de Ronaldo.
O ex-jogador troca de companheiras como troca de roupa.
Foi assim durante toda a carreira.
E nunca misturou as coisas.
Seu rendimento continuou ótimo.
Mas há atletas que não conseguem.
Ainda mais quando tem 23 anos.
E se envolvem com uma das famílias mais poderosas do mundo.
A colunista social Fabíola Reipert expôs o problema.
Divulgou que o jogador estaria conhecendo outra mulher no Brasil
Sua nota repercutiu na Itália.
Logo Barbara Berlusconi começou a ser questionada.
O conto de fadas com Alexandre Pato implodiu.
A filha do ex-primeiro ministro italiano e dono do Milan sumiu.
Deixou de vir ao Brasil.
Alexandre Pato apelou.
Colocou uma camiseta preta com letras brancas na final do Paulista.
E a mostrou para as câmeras de tevê, dos fotógrafos.
Era uma dedicatória aparentemente romântica.
“Barbara, true love.
I love you.”
Pode ser sem inspiração, mas direta.
“Barbara, amor verdadeiro.
Eu te amo.”
Repercutiu em tevês e jornais do mundo todo.
Exatamente como Pato gostaria.
Mas não adiantou.
Muito pelo contrário.
A imprensa italiana divulgou com convicção o fim do relacionamento.
E mais: divulgou fotos da amada do corintiano com outro.
A revista Diva e Donna não perdoou.
Mostrou Barbara abraçada com o milionário Pietro Fiocchi.
As fotos mostram os dois abraçados.
O texto deixa claro que a vida seguiu para a herdeira.
A matéria chegou até o elenco corintiano.
E lógico até Pato.
O jogador não vai falar sobre o tema.
Mas foi mais um grande golpe.
Muito pior do que a sua não convocação para a Copa das Confederações.
Sua afobação, irritação contra o Goiás ontem era nítido reflexo.
Tite e os companheiros o consolaram quando Felipão o esqueceu.
O treinador corintiano inclusive assumiu sua parcela de culpa.
Ao deixá-lo no banco em função do esquema do time campeão do mundo.
Mas agora em relação ao fim do relacionamento é mais difícil.
Pato também caiu no Milan quando acabou seu casamento.
Durou nove meses e três dias.
As brigas por dinheiro com Sthefany Brito foram públicas.
Agora não há casamento.
Muito menos discussões sobre pensão.
Só que o final do relacionamento parece ser pior.
E está sim influenciando o jogador.
Sua afobação, falta de paciência, foco, raciocínio.
O prejudica e prejudica o Corinthians.
Os gols que vem desperdiçando não são normais.
Como o de ontem.
Douglas o lançou no meio da zaga do Goiás.
Ele driblou o goleiro Renan.
Com a meta vazia teve a coragem de chutar para fora.
Isso porque estava jogando como gosta.
No primeiro tempo, Tite o deixou enfiado entre os zagueiros.
No segundo, foi atuar onde rende mais, abrindo pelas pontas.
Nem assim…
Diretoria, Comissão Técnica, jogadores.
Todos sabem o que está acontecendo.
Mas não têm como abordar o tema.
Apenas torcem que Pato se resolva.
Volte o seu relacionamento.
Ou siga a vida, focado no Corinthians.
O futebol não tem tempo a perder com corações feridos.
Ainda mais com um investimento de R$ 40 milhões.
Infelizmente, o assunto deixou de ser da alçada de Fabíola Reipert.
Pato paga o preço de não ser apenas jogador.