O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou neste sábado que o impeachment de Dilma Rousseff é a única saída para as crises politica e econômica do país. Ele citou os protestos ocorridos no último dia 13 para defender, pela primeira vez, o afastamento, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo . “Cheguei a defender que ela tivesse um gesto de grandeza e renunciasse. Eu sempre procurei ter uma atitude serena em relação à presidente Dilma (…) Mas, com a incapacidade que se nota hoje de o governo funcionar, de ela resistir e fazer o governo funcionar, eu acho que agora o caminho é o impeachment.”
No começo do ano, Fernando Henrique chegou a questionar o papel do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no Supremo Tribunal, no comando do processo de destituição da presidente. Porém, após os últimos protestos, Cardoso passou a defender abertamente o impeachment: “A legitimidade do impeachment não está vindo do Congresso hoje, está vindo da rua.”
Segundo o ex-presidente, a saída de Dilma não levaria a uma ruptura institucional no país. “As instituições brasileiras estão mais sólidas do que estavam no impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Não há temor de um retrocesso institucional. Tudo na política depende não apenas das circunstâncias, mas da capacidade de condução do processo”.
Com ou sem cargos na Esplanada dos Ministérios, FHC disse que o PSDB deve contribuir com o atual vice-presidente, Michel Temer (PMDB), caso ele passe a presidir o país: “No caso do impeachment, o natural é que assuma o vice, o Michel Temer. Vai depender dele e das forças que ele for capaz de juntar. O país quer a continuidade da Lava Jato, soluções para as questões econômicas prementes, respeito à institucionalidade”, completou.