Luiz Felipe Scolari, que já havia aprovado a postura do Palmeiras nos empates contra Grêmio e Vasco, mostrou-se muito satisfeito com o desempenho do time neste domingo, quando a série de dez partidas sem vitórias no Campeonato Brasileiro chegou ao fim com um triunfo por 2 a 0 sobre o Bahia, em Salvador.
"É isso que faz um grupo se tornar vencedor, superar dificuldades. Foi isso que eles fizeram no primeiro turno e no Campeonato Paulista, é assim que se vence obstáculos", opinou, se referindo à corrente formada pelos atletas após o apito final.
O comportamento dos atletas passou a ser elogiado após a saída definitiva do atacante Kleber, que afirmou que 80% dos jogadores palmeirenses não gostam do comandante. Felipão, no entanto, minimiza a negociação do Gladiador com o Grêmio e elogia o gerente de futebol César Sampaio, contratado no dia 4 de novembro.
"Não foi a novela (sobre a ida de Kleber ao Tricolor Gaúcho) que foi decidida, o ambiente é que foi modificado. Foi a entrada do César (Sampaio), as perguntas que foram feitas, as colocações que ele fez… A partir dali voltamos à situação de futebol do primeiro turno. Às vezes encontramos dificuldade, mas recuperamos a valentia que sempre tivemos", comentou o técnico, que demonstra enorme confiança em Sampaio, a ponto até de colocar o cargo à disposição.
O novo gerente palmeirense revelou que, após as declarações de Kleber, quis saber do elenco se a causa do péssimo rendimento do segundo semestre era insatisfação com Felipão. Se os jogadores confirmassem a versão do atacante, César Sampaio garante que o demitiria. No entanto, ele diz que os jogadores "seguraram" o treinador, agora tranquilo para planejar o próximo ano.
"Nós não estamos pensando só em contratações. Estamos pensando em terminar o ano com boa qualidade e com pontos suficientes para conseguirmos uma vaga de Sul-americana. Se nós deixamos a desejar e o torcedor ficou chateado, é hora de projetar o ano que vem de uma forma um pouco mais tranquila", emendou Scolari, aliviado com o fim das chances de rebaixamento.
"Para uma equipe como a nossa, que virou o turno com 32 pontos, jogar 17 jogos e fazer 11 pontos é um absurdo. A gente ainda corria riscos, então fica a sensação de alívio, pelo desconforto que tivemos nos últimos dois meses", completou.
O discurso está afinado: técnico e jogadores dizem que a intenção é terminar o ano com bons resultados nos clássicos contra São Paulo, domingo que vem, no Pacaembu, e Corinthians, uma semana depois, em local a ser definido.